O Conselho Internacional de Ciência (ISC), do qual a Acadêmica Elisa Reis é vice-presidente, está conduzindo o projeto COVID-19: Cenários Futuros (COVID-19 Outcome Scenarios), que visa entender as consequências globais da pandemia para os próximos três a cinco anos. A iniciativa é acompanhada pelo Escritório das Nações Unidas para Redução dos Riscos de Desastres (UNDRR) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  

O Conselho está convidando membros da comunidade científica internacional para participar de workshops regionais que discutirão as incertezas relacionadas à doença no longo prazo. Os eventos estão previstos para acontecer entre o fim de julho e o início de agosto (datas exatas ainda serão definidas) e as inscrições podem ser feitas até o próximo dia 23 (sexta-feira). O Brasil está na sessão para América Latina e Caribe. 

As agendas dos workshops já estão definidas, mas as atividades darão grande ênfase à discussão e os organizadores esperam receber contribuições de especialistas que acompanhem as sessões. 

Covid-19: perspectivas futuras 

Em março de 2021 foi completado um ano desde que a OMS declarou que o mundo vivia uma pandemia pelo novo coronavírus. Desde então a ciência avançou muito na compreensão sobre o vírus e nas formas de combatê-lo, porém as perspectivas ainda são incertas quanto ao futuro e como a pandemia irá evoluir em cada parte do mundo.  

Hoje já está estabelecido que o Sars-Cov-2 nunca será erradicado, portanto, estratégias de permanente controle das taxas de infecção são necessárias. As políticas públicas desenvolvidas por governos e entidades de saúde, bem como o comportamento da população geral, serão decisivos para determinar qual será o caminho que a doença tomará. 

Os cenários possíveis para o desenrolar da pandemia estão situados entre dois extremos:  

De um lado, mais otimista, está uma situação em que as vacinas permanecem efetivas contra as novas variantes e cada país consegue imunizar a sua população de forma massiva. Para isso seria necessária uma cooperação global eficiente e, principalmente, disposição por parte dos países ricos em investir no controle da doença nas regiões mais pobres do mundo. 

No outro extremo está um cenário pessimista, no qual novas cepas resistentes às vacinas proliferam e apenas os países desenvolvidos conseguem manter imunizações sazonais, enquanto o resto do mundo enfrenta sucessivas ondas da doença. Nesse caso, teríamos um planeta dividido e um caminho muito mais tortuoso de volta à normalidade. 

O objetivo do ISC é mapear esses possíveis caminhos para encontrar soluções que tornem os cenários positivos mais prováveis. 

Confira o artigo publicado na revista Lancet sobre o projeto.