maior vírus do mundo foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Chamado de tupanvirus, ele não faz mal a seres humanos e pode, no futuro, ajudar a diagnosticar várias doenças.

Amostras de sedimentos da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro e de lagoas salinas no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, foram analisadas em laboratório.

“A gente nunca imaginava que pudesse ser tão diferente, que pudesse ser tão grandioso o vírus que a gente conseguiu isolar. Então, assim, foi sensacional ver pela primeira vez aquele vírus todo diferente, com uma cauda, que nunca tinha sido descrito, daquele tamanho”, disse a pesquisadora Thalita Arantes.

Os supervírus são os maiores já encontrados no planeta. São dois muito semelhantes e que parecem microfones peludos. A descoberta foi publicada na revista científica britânica Nature Communications.

“Quando nós fizemos o sequenciamento completo, nós percebemos que, além da estrutura, que já era fantástica, o genoma era fantástico. Codificava genes nunca vistos antes no planeta. E cerca de 30% dos genes eram completamente novos”, disse o professor [e Acadêmico] Jônatas Abrahão, professor pesquisador da UFMG.
abrahao_central.jpg
Segundo os pesquisadores, os novos vírus chegam a ser 50 vezes maiores que os comuns. Os da dengue, zika e febre amarela são pequenininhos como uma cabeça de alfinete. Depois de três anos de estudo, a equipe descobriu que esses gigantes têm carga genética complexa, o que é de grande interesse científico.

Os supervírus são capazes de produzir proteínas, elementos biológicos bastante usados na identificação de doenças. Esse é o próximo passo da pesquisa do tupan.

“A produção de proteínas é importante pra uma série de testes de diagnóstico pra doenças infecciosas. Então, alguns testes por exemplo pra detecção de anticorpos em pacientes que já tiveram dengue, já tiveram zika ou até mesmo febre amarela muitos são baseados na presença de proteínas”, explicou o professor Jônatas Abrahão.

Os pesquisadores alertam que ninguém precisa ter medo do vírus gigante. Já está comprovado que ele não infecta seres humanos, e é uma grande conquista para a ciência.