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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Wilson Savino

(SAVINO, W.)

20/12/1951
Brasileira
04/06/2003

A decisão de tormar-me cientista ocorreu em janeiro de 1973, após ter cursado o 3° ano da Faculdade de Medicina da UERJ (então Universidade do Estado da Guanabara). Transferi-me então para o Curso de Ciências Biológicas da mesma Instituição, e obtive diploma de graduação em dezembro de 1974. No início de 1975, ingressei no Mestrado em Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e dois anos depois, ingressava naquela instituição como professor assistente. Nesse período, iniciei minhas atividades de pesquisa, e minha dissertação de mestrado, defendida em julho de 1979, versou sobre histofisiologia do timo do gambá, Didelphis marsupialis. No início do ano seguinte, ingressei no Programa de Doutorado em Histologia da Universidade de São Paulo. Decidi continuar os estudos sobre timo, e tive a oportunidade de obter uma bolsa-sanduíche, o que me permitiu fazer a parte experimental de minha tese em Paris, na unidade 25 do Inserm (Instituto Francês de Pesquisas Médica e da Saúde) sob a direção dos drs. Jean-François Bach e Mireille Dardenne. Minha tese consistiu em estudos sobre a biologia celular da secreção do hormônio tímico chamado timulina, descoberto anteriormente por M. Dardenne e J.F. Bach. De volta ao Brasil, defendi a tese de doutorado em novembro de 1982, com a certeza que ainda necessitava de completar minha formação científica. Assim, voltei a Paris em janeiro de 1983, onde fiquei por mais 30 meses trabalhando com o mesmo grupo no Hospital Necker. Voltei para o Brasil em julho de 1985, e meses depois ingressei no Departamento de Imunologia da Fundação Oswaldo Cruz, onde permaneço até os dias de hoje. Uma vez na Fiocruz, continuei os estudos sobre o timo, e uma das primeiras atividades foi de agregar um grupo de jovens estudantes e estruturar o Laboratório de Pesquisas sobre o Timo. Estando na Fiocruz, um dos primeiros projetos desenvolvidos (e ainda em curso) referia-se ao estudo sobre o timo na infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi. Em seguida, outros projetos foram iniciados e geraram uma série de conceitos em imunologia, incluindo a plasticidade do epitélio tímico, a existência de comunicação intratímica mediada por junções do tipo “gap” e ainda o papel da matriz extraceular na migração de linfócitos no órgão. Em paralelo às atividades de pesquisa, sempre estive envolvido em ensino, particularmente coordenando disciplinas de pós-graduação na Fiocruz. Desde que entrei na Fiocruz, estava claro que, além dos limites do laboratório de pesquisa, era importante a participação na política de ciência e tecnologia, tanto em nível institucional, quanto nacional. Um dos desafios foi a criação do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Biologia Celular e Molecular, que criei na Fiocruz, juntamente com Eloi de Souza Garcia e Renato Sérgio Balão Cordeiro. Este programa teve início em março de 1989, e até hoje é considerado pela Capes com tendo excelência internacional (nível 6). Outra estratégia foi a de organizar reuniões científicas de modo a facilitar a atualização de conhecimento, por parte de pesquisadores e estudantes, assim como de fomentar a interação entre diferentes laboratórios brasileiros e estrangeiros. Nesse sentido, organizei, entre 1987 e 2001, seis congressos, 2 nacionais e 4 internacionais. Finalmente, como Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, no período 1993-1995, criei o primeiro diretório de laboratórios de imunologia, hoje disponível on line no website da SBI.