Teve seu interesse pela ciência despertado desde cedo, quando estudava no Colégio Arnaldo e, posteriormente no afamado Colégio Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Formou-se em medicina pela UFMG, em dezembro de 1972, iniciando imediatamente o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), orientado pelo professor Leopoldo de Meis. Obteve o título de Mestre em Biofísica em fevereiro de 1976, iniciando em seguida um estágio (precursor do atual “sanduíche”) na University of Pennsylvania e Jefferson Medical College, onde aprendeu a técnica de voltage-clamp, ainda inexistente no Brasil. Foi um dos primeiros a demonstrar diretamente que canais iônicos podem saturar (Beirão & Lakshminarayanaiah. J. Physiol., 293: 319, 1979). Doutorou-se, em fevereiro de 1980, pela UFRJ, tendo como orientador o professor Leopoldo de Meis. Iniciou no departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG um trabalho pioneiro no Brasil de estudo de mecanismos de ação de neurotoxinas animais, utilizando métodos eletrofisiológicos. Fez estágio de pós-doutoramento na University of Leicester, Inglaterra, de setembro de 1992 a setembro de 1993, onde aprendeu e adquiriu experiência na técnica de patch clamp. Propôs que os canais de potássio sensíveis à ATP pertencem a uma família distinta dos canais ativados por cálcio (Beirão et al.J. Physiol., 474: 269, 1994), o que foi confirmado pouco depois por técnicas de clonagem. Foi um dos pioneiros na técnica de patch clamp no Brasil, e o primeiro a utilizá-la na elucidação do mecanismo de ação de neurotoxinas de animais brasileiros. Demonstrou a ação de diferentes toxinas da aranha Phoneutria nigriventer em canais de sódio (Araújo et al. N-S Arch. Pharmacol. , 347: 205, 1993; Matavel et al. FEBS Lett. , 523: 219, 2002), sobre canais de cálcio (Guatimosim et al. Brit. J. Pharmacol., 122: 591, 1997; Kalapothakis et al. Toxicon , 36: 1971, 1999; Leão et al. Neuropharmacol., 39: 1756, 2002) e sobre canais de potássio (Kushmerick et al. J. Neurochem. , 72: 1472, 1999). Demonstrou também ações sobre canais de sódio da crotoxina (Araújo & Beirão. Braz. J. Med. Biol. Res., 26: 1111, 1993; Silva et al., em preparação), crotamina (Matavel et al. Eur. J. Pharmacol. , 348: 167, 1998), γ-zeationina (Kushmerick et al. FEBS Lett., 440: 302, 1998) e da saliva de triatomíneos (Dan et al. J. Med. Entomol., 36: 875, 1999). Contribuiu para a caracterização da leishporina, citolisina produzida pela Leishmania amazonensis, como uma proteína formadora de poro (Noronha et al. Infection & Immunity, 68: 4578, 2000). Recentemente propôs modelo explicativo do mecanismo molecular da ação de toxinas alfa de escorpião (Campos et al. Brit. J. Pharmacol., no prelo). Formou um grupo forte de eletrofisiologia, reconhecido nacional e internacionalmente. Ele orientou sete dissertações de mestrado, sete teses de doutorado, e inúmeros estágios de iniciação científica. Seus ex-alunos ocupam posições na própria UFMG, Universidade Federal da Paraíba, UFRJ e Universidade de São Paulo. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf), de 1994 a 1996, quando se iniciou a aproximação dos biofísicos brasileiros com biofísicos do Cone Sul. Participou de diversas diretorias e conselhos da SBBf e da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq). É membro do corpo editorial do Brazilian Journal of Medical and Biological Research, por indicação da SBBf e da SBBq. Participa dos conselhos deliberativos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). É também membro da Sociedade Brasileira de Toxinologia. Tem interesse em educação, tendo introduzido métodos inovadores no ensino de graduação em bioquímica (Moreira et al. Ciência Hoje, 13: 18, 1991; Vieira et al. Rev. Bras. Ens. Bioq. Biol. Mol., 01, 2001) e, mais recentemente, tem organizado atividades para aprimorar a educação para a ciência no ensino médio. Foi pró-reitor de Pesquisa da UFMG (1998-2002), coordenador do curso de pós-graduação em Bioquímica e Imunologia (1993-1997) e responsável pela criação e coordenador do Programa de Bioinformática da UFMG, criado em 2002. Como pró-reitor, foi responsável (e primeiro diretor-presidente) pela criação do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Domingues et al. Educação em Revista, 29: 109, 1999), e pelo projeto de criação do Parque Tecnológico da UFMG. É membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, como representante da comunidade científica (2000-2004) e membro associado da Academia Brasileira de Ciências, desde 1998.
[:en]Teve seu interesse pela ciência despertado desde cedo, quando estudava no Colégio Arnaldo e, posteriormente no afamado Colégio Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Formou-se em medicina pela UFMG, em dezembro de 1972, iniciando imediatamente o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), orientado pelo professor Leopoldo de Meis. Obteve o título de Mestre em Biofísica em fevereiro de 1976, iniciando em seguida um estágio (precursor do atual “sanduíche”) na University of Pennsylvania e Jefferson Medical College, onde aprendeu a técnica de voltage-clamp, ainda inexistente no Brasil. Foi um dos primeiros a demonstrar diretamente que canais iônicos podem saturar (Beirão & Lakshminarayanaiah. J. Physiol., 293: 319, 1979). Doutorou-se, em fevereiro de 1980, pela UFRJ, tendo como orientador o professor Leopoldo de Meis. Iniciou no departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG um trabalho pioneiro no Brasil de estudo de mecanismos de ação de neurotoxinas animais, utilizando métodos eletrofisiológicos. Fez estágio de pós-doutoramento na University of Leicester, Inglaterra, de setembro de 1992 a setembro de 1993, onde aprendeu e adquiriu experiência na técnica de patch clamp. Propôs que os canais de potássio sensíveis à ATP pertencem a uma família distinta dos canais ativados por cálcio (Beirão et al.J. Physiol., 474: 269, 1994), o que foi confirmado pouco depois por técnicas de clonagem. Foi um dos pioneiros na técnica de patch clamp no Brasil, e o primeiro a utilizá-la na elucidação do mecanismo de ação de neurotoxinas de animais brasileiros. Demonstrou a ação de diferentes toxinas da aranha Phoneutria nigriventer em canais de sódio (Araújo et al. N-S Arch. Pharmacol. , 347: 205, 1993; Matavel et al. FEBS Lett. , 523: 219, 2002), sobre canais de cálcio (Guatimosim et al. Brit. J. Pharmacol., 122: 591, 1997; Kalapothakis et al. Toxicon , 36: 1971, 1999; Leão et al. Neuropharmacol., 39: 1756, 2002) e sobre canais de potássio (Kushmerick et al. J. Neurochem. , 72: 1472, 1999). Demonstrou também ações sobre canais de sódio da crotoxina (Araújo & Beirão. Braz. J. Med. Biol. Res., 26: 1111, 1993; Silva et al., em preparação), crotamina (Matavel et al. Eur. J. Pharmacol. , 348: 167, 1998), γ-zeationina (Kushmerick et al. FEBS Lett., 440: 302, 1998) e da saliva de triatomíneos (Dan et al. J. Med. Entomol., 36: 875, 1999). Contribuiu para a caracterização da leishporina, citolisina produzida pela Leishmania amazonensis, como uma proteína formadora de poro (Noronha et al. Infection & Immunity, 68: 4578, 2000). Recentemente propôs modelo explicativo do mecanismo molecular da ação de toxinas alfa de escorpião (Campos et al. Brit. J. Pharmacol., no prelo). Formou um grupo forte de eletrofisiologia, reconhecido nacional e internacionalmente. Ele orientou sete dissertações de mestrado, sete teses de doutorado, e inúmeros estágios de iniciação científica. Seus ex-alunos ocupam posições na própria UFMG, Universidade Federal da Paraíba, UFRJ e Universidade de São Paulo. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf), de 1994 a 1996, quando se iniciou a aproximação dos biofísicos brasileiros com biofísicos do Cone Sul. Participou de diversas diretorias e conselhos da SBBf e da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq). É membro do corpo editorial do Brazilian Journal of Medical and Biological Research, por indicação da SBBf e da SBBq. Participa dos conselhos deliberativos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). É também membro da Sociedade Brasileira de Toxinologia. Tem interesse em educação, tendo introduzido métodos inovadores no ensino de graduação em bioquímica (Moreira et al. Ciência Hoje, 13: 18, 1991; Vieira et al. Rev. Bras. Ens. Bioq. Biol. Mol., 01, 2001) e, mais recentemente, tem organizado atividades para aprimorar a educação para a ciência no ensino médio. Foi pró-reitor de Pesquisa da UFMG (1998-2002), coordenador do curso de pós-graduação em Bioquímica e Imunologia (1993-1997) e responsável pela criação e coordenador do Programa de Bioinformática da UFMG, criado em 2002. Como pró-reitor, foi responsável (e primeiro diretor-presidente) pela criação do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Domingues et al. Educação em Revista, 29: 109, 1999), e pelo projeto de criação do Parque Tecnológico da UFMG. É membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, como representante da comunidade científica (2000-2004) e membro associado da Academia Brasileira de Ciências, desde 1998.