Graduou-se em engenharia eletrônica (1974) no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, São Paulo e fez doutorado em meteorologia (1983) no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT na sigla em inglês), Estados Unidos. Fez estágio de pós-doutoramento (1989) na Universidade de Maryland, EUA. Foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa (1975-1981) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe (1983- 2012). Exerceu funções de gestão e coordenação científicas e de política científica como presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes (2015-2016), diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden (2015) e secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI (2011-2015). É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT). Suas áreas de pesquisa abrangem geociências e ciências ambientais com ênfase em meteorologia, climatologia, modelagem, mudanças climáticas, desastres naturais e ciência do sistema terrestre, atuando principalmente nos temas ciências atmosféricas, clima, meteorologia, Amazônia e modelagem climática, interação biosfera-atmosfera, mudanças climáticas e desastres naturais. Recebeu vários prêmios como Fundação Conrado Wessel, na área de Meio Ambiente (2007); Von Humboldt Medal da European Geophysical Union (2009); condecoração da Classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República (2010); “Prêmio a la Cooperación em Ciencia, Tecnologia y Innovación Dr. Luis Frederico Leloir”, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva, da Argentina (2011); Volvo Environmental Prize, Suécia (2016). Além da ABC, é membro da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês) e membro estrangeiro da Academia Nacional de Ciências, EUA (NAS, na sigla em inglês).
Veja participação do Prof. Nobre na série Webinários da ABC
.[:en]Natural da cidade de São Paulo, Carlos Afonso Nobre formou-se em Engenharia Eletrônica em 1974, no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos. Entretanto, desde o quarto ano do curso de engenharia, interessou-se pela área de meio ambiente, mais especificamente a física do ambiente. No final de 1975, ingressou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, o que despertou seu interesse científico pela Amazônia. Porém, para desenvolver pesquisa ambiental sobre aquela região faltava-lhe formação específica. Foi buscá-la através de doutorado em Meteorologia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, onde permaneceu de 1977 a 1982, e envolveu-se com meteorologia dinâmica da região tropical, trabalhando com o prof. Jule Charney e o dr. J. Shukla. Este assunto era importante para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e, ao retornar ao país, no início de 1983, buscou colocação naquele instituto, que oferecia, à época, melhores condições de trabalho em meteorologia. Porém, o interesse pela Amazônia continuou forte e direcionou sua atividade profissional para aquela região, participando e coordenando diversos experimentos científicos observacionais na Amazônia nos anos 80 e 90, como, por exemplo, o experimento Anglo-Brasileiro de Observações do Clima Amazônico (ABRACOS), de 1990 a 1996. Em 1988, como pesquisador visitante na Universidade de Maryland, desenvolveu estudos pioneiros sobre os impactos climáticos dos desmatamentos amazônicos. Desde 1993 até o presente, atua como coordenador científico e liderou a implementação do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), complexo conjunto de mais de 100 estudos multidisciplinares e integrados, voltados para entender o funcionamento dos ecossistemas amazônicos em função das alterações do clima e das provocadas pelo uso da terra, visando oferecer subsídios científicos sólidos ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. Desde 1991, simultaneamente ao desenvolvimento de pesquisas sobre Amazônia, um outro desafio surgiu à sua frente ao ser convidado a assumir a chefia do então Projeto de Implantação do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE. Com a implantação do CPTEC, na pequena cidade paulista de Cachoeira Paulista, em 1994, mudou-se para aquela região e acompanhou o nascimento, implantação e consolidação deste importante centro, marco tecnológico da moderna meteorologia no país. Desde 1983, participa ativamente e com prazer da pós-graduação em meteorologia do INPE, tendo já formado vários mestres e doutores.