Governo tenta atrair pesquisadores em meio a ataques da gestão Trump à ciência e universidades

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Leia matéria de Pedro Micussi publicada no Valor em 28/11:

Um dos efeitos do segundo mandato de Donald Trump à frente do governo americano é intensificar a disputa internacional por pesquisadores. Mas os Estados Unidos esquentam essa competição não no seu papel tradicional, de polo de atração para mentes brilhantes, e sim pela criação de incentivos para cientistas deixarem o país. Governos, empresas, universidades e centros de pesquisa mundo afora perceberam a oportunidade e tentam aproveitá-la.

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Um levantamento de opinião feito em março pela revista científica britânica Nature colheu respostas de mais de 900 pesquisadores baseados nos Estados Unidos afirmando seu desejo de deixar o país. Uma reportagem da rede de TV pública americana PBS ouviu parte deles, incluindo uma engenheira biomédica, uma neurocientista e um matemático. “O que assusta são as pessoas que ele colocou em posições críticas”, diz Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). “Ele sinaliza que vai decidir o que é relevante para a ciência, e aí você não tem mais liberdade. Sem liberdade, você deixa de ter ciência.”

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O momento é propício para o Brasil atrair cientistas, principalmente brasileiros que deixaram o país, de acordo com Nader: “O Brasil não pode perder essa oportunidade de repatriar os pesquisadores. É preciso ser competitivo internacionalmente”. Aqui, governo federal e agências de fomento realizam iniciativas com essa finalidade. Elas se inserem num esforço mais amplo, iniciado ainda antes da posse de Trump, de tentativa de repatriação de cientistas. O governo brasileiro estima que haja entre 30 mil e 35 mil pesquisadores brasileiros residentes no exterior, conforme aponta [o Acadêmico] Ricardo Galvão, deputado federal e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

(Valor, 28/11)