COP da implementação se faz com políticas justas de CT&I

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Durante a COP30, a ABC assinou a carta pública “COP da implementação se faz com políticas justas de CT&I”, iniciativa liderada pela Plataforma CIPÓ, pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio) e pela WTT Ventures.

Outras instituições também endossaram o documento, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e o Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA). A carta foi lançada no dia 14 de novembro e apresenta “recomendações concretas para fortalecer o papel da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na governança climática global, integrando saberes indígenas, tradicionais e científicos, e impulsionando a cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento de tecnologias climáticas”.

A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil e as diretrizes recentes da Presidência da COP30 reafirmam que a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) são pilares indispensáveis para enfrentar a crise climática. Essa visão integra conhecimentos científicos, saberes tradicionais e tecnologia como elementos centrais para orientar ações de adaptação e mitigação mais justas, inclusivas e sustentáveis. A Agenda de Ação da COP30 aprofunda essa abordagem ao tratar a inovação de forma transversal em temas como energia, biodiversidade, agricultura, cidades e desenvolvimento humano.

No cenário internacional, porém, as políticas de CT&I na governança climática ainda são marcadas por uma lógica vertical, centrada na transferência de tecnologias do Norte para o Sul Global — um modelo que, apesar de necessário em certos aspectos, tem falhado em superar desigualdades estruturais e em promover uma distribuição justa de tecnologias verdes. Persistem lacunas profundas em financiamento, acesso e capacidade de desenvolvimento tecnológico nos países em desenvolvimento, alimentando a percepção de que promessas feitas desde a Rio-92 e o Acordo de Paris ainda não se concretizaram.

À luz desse contexto, o Brasil tem condições de exercer maior liderança na construção de políticas mais sólidas e inclusivas de CT&I na esfera internacional, promovendo sinergias entre as Convenções do Rio, ampliando a participação social qualificada e fortalecendo o protagonismo do Sul Global. Este documento apresenta recomendações elaboradas coletivamente, voltadas a uma governança climática mais justa, que reconheça múltiplos sistemas de conhecimento, reformule mecanismos internacionais de tecnologia e garanta participação digna de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes nas COPs.

Leia a carta na íntegra, assinada por  entidades diversas, inclusive a ABC. 

(GCOM ABC)