Leia artigo do Acadêmico Virgilio Almeida, professor emérito do Departamento de Ciência da Computação da UFMG e ex-secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, e do professor extraordinário da Ebape/FGV Francisco Gaetani é e foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento e presidente da Enap, publicado no Valor Econômico, em 24/11:
No mundo digital, cada vez mais conectado, tudo gera dados: celulares, câmeras, carros, sensores, TikTok, WhatsApp, YouTube, Instagram — tudo. A combinação de grandes massas de dados com os algoritmos de IA oferece um largo espectro de possibilidades, eficiência, inovações e novos negócios. Por outro lado, vale lembrar a fala de Bill Gates, em 5 de setembro, citando José de Saramago, quando alude: “Tudo no mundo está sujeito ao poder das perguntas”.
E as perguntas são muitas: Principalmente, qual é o papel do ser humano no mundo crescentemente automatizado das máquinas? Quais são os negócios onde as máquinas respondem melhor, e quais são aqueles em que os humanos são essenciais? Como ficam essas fronteiras no mundo digital? E como serão os empregos no Brasil nos próximos anos? Quais negócios e setores são geradores de empregos? Aquelas questões que nos inquietam e que não refletem nos setores de automações que não se evitam para que futuros se tornem distópicos.
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A desigualdade digital é uma realidade sensível e deve ser uma prioridade. Grande parte dos trabalhadores — e sindicatos — está ainda à margem do mercado digital e sob o risco de desemprego sem preparo profissional. Se as empresas não incorporarem princípios de justiça social e direitos trabalhistas, a transição para sistemas digitais será ainda mais excludente e prejudicial. A cadeia produtiva da IA tornou-se objeto de concorrência mortal no centro nervoso da economia global.