COP 30 – Pesquisadores do Inpa alertam sobre risco de colapso climático na Amazônia

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*Texto original do Inpa

A crise climática no planeta deixou de ser uma projeção distante para se tornar realidade. Na 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontece em Belém (PA) até o dia 21 de novembro, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) fazem um alerta sobre os riscos de colapso climático na Amazônia.

A ameaça que paira sobre a Amazônia cresce com o desmatamento desenfreado, a pressão sobre outros biomas e o aumento contínuo da temperatura global. Os fatores aceleram processos que já alteram os ciclos naturais, intensificam eventos extremos de cheias e secas e ampliam os riscos associados ao aquecimento do planeta.

Um dos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2007, o pesquisador do Inpa Philip Fearnside, reforçou que o clima global caminha para cenários preocupantes, capazes de desencadear um colapso ambiental irreversível. “Estamos chegando a pontos de não-retorno tanto na Floresta Amazônica quanto no clima global. Caso a floresta entre em colapso, ela irá emitir tantos gases de efeito estufa que o clima planetário escaparia do controle humano, e ficaria cada vez mais quente e com mais incêndios”, alertou.

Fearnside explica que nesse cenário mesmo se zerar todas nossas emissões propositais, como queima de combustível fóssil e desmatamento, ainda assim seria irreversível. “Essa seria uma catástrofe para o Brasil, porque, primeiro, iríamos perder o resto da Floresta Amazônica. Também, a função de reciclar água que mantém uma boa parte da agricultura, além de desequilibrar a biodiversidade, a produção de alimentos, entre outros fatores”, explicou o pesquisador.

De acordo com Fearnside, com as altas temperaturas haverá uma sucessão de perdas. “Entre os problemas, a mortalidade em massa, porque nosso corpo tem 37 graus de temperatura. Dá para aguentar mais um pouco com a função do suor, mas é muito limitado e com ondas de calor acima dos 50 graus, as pessoas simplesmente morrem, igual aos botos que morreram no lago Tefé (AM) em 2023 e 2024’’, afirmou o pesquisador do Inpa durante o painel ‘Ciência planetária e a Crise Ambiental’, na programação da Free Zone Cultural Action.

Na moderação do painel, o pesquisador do Inpa, Adalberto Val, ressaltou a urgência de uma articulação global diante dos impactos já observados na Amazônia. “É necessária uma coalizão mundial para contornarmos os impactos que as mudanças climáticas têm trazido, não apenas ao meio ambiente e aos rios da Amazônia, mas também à sociedade de maneira geral, no que se refere à segurança alimentar, saúde e transporte. A ciência, no passado, anteviu essas mudanças e, agora, oferece caminhos para mitigação”, afirmou.

Caminhos de futuro: ciência crítica e saberes tradicionais

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Leia a matéria completa no site do Inpa.

Foto: Lucciano Lima/ Ascom Iinpa
(Inpa, 16/11/2025)