Aspectos quantitativos e qualitativos da produtividade científica brasileira

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*Artigo original publicado no Jornal da Unicamp

A ciência brasileira evoluiu nas últimas décadas. A partir dos anos 2000, o país se consolidou como uma das nações que mais aumentaram sua produção científica, figurando entre os 15 países que mais publicam artigos no mundo. Entre 1996 e 2021, o número de artigos indexados publicados aumentou quase dez vezes: saltou de cerca de 9 mil artigos por ano para mais de 80 mil em 20211. Em 2022, o Brasil ocupou a 14ª posição mundial em número de artigos publicados. Esse crescimento resulta de muitos fatores, entre os quais as políticas públicas de incentivo à pós-graduação, a ampliação de bolsas de pesquisa e a consolidação de sistemas de avaliação que priorizam o volume de publicações como principal indicador de desempenho acadêmico.

Apesar do volume quantitativo expressivo, o impacto da produção científica brasileira ainda pode ser considerado modesto. Ao passo que o Brasil figura entre os 14 países mais produtivos em termos quantitativos no mundo, nossos artigos não estão entre os mais citados do mundo (o número de citações de um artigo científico é um dos parâmetros considerados como medida de impacto da pesquisa). Em um estudo liderado pelo instituto holandês Rathenau, o Japão figura na 20ª colocação, tendo 0,49% de seus artigos publicados entre os artigos mais citados da literatura. Singapura, Reino Unido, Suiça, Holanda e Estados Unidos, com 1,84%, 1,73%, 1,69%, 1,54% e 1,5%, respectivamente, lideram essa lista2. O Brasil não figura nessa lista e, em um levantamento da Clarivate Analytics, feito em 2016, o impacto das citações de artigos brasileiros estavam abaixo da média mundial3. Tal discrepância sugere que, pelo menos quanto às citações, o aumento quantitativo da ciência brasileira não foi acompanhado por um salto qualitativo proporcional.

Um dos principais fatores responsáveis por esse desalinhamento é o modelo de avaliação adotado pelas agências de fomento brasileiras, …

(…)

Leia o artigo completo no Jornal da Unicamp.

(Jornal da Unicamp, 08/08/2025)