Saber ancestral no combate à emergência climática

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*Texto original publicado no Correio Braziliense

Quando o assunto é o combate à emergência climática, os olhos do mundo se voltam ao Brasil. Não por um mero acaso: nosso país detém a maior parte da Amazônia, bioma fundamental para o equilíbrio climático global. Temos uma biodiversidade sem paralelo, nossa matriz energética é diversificada e relativamente limpa, e oferecemos oportunidades, como nenhum outro país, no mercado de créditos de carbono.

Ainda assim, enfrentamos desafios ambientais de grande magnitude. Em um contexto de crescentes eventos climáticos extremos, como secas severas, enchentes devastadoras e recordes de temperatura, como observado em 2024 com as secas na Amazônia, as queimadas no Pantanal e no Cerrado e as inundações no Rio Grande do Sul, torna-se imperativo buscar soluções eficazes para a conservação ambiental. É nesse cenário de urgência e complexidade que os saberes tradicionais dos povos indígenas emergem como importante ativo, oferecendo caminhos para a construção de um futuro mais sustentável. Esse, aliás, é um dos temas do próximo Prêmio Fundação Bunge, que visa reconhecer e valorizar a contribuição desses povos para a construção de um futuro sustentável.

A relação profunda entre os povos tradicionais e a natureza é a base de um conhecimento acumulado por milênios. Transmitidos oralmente de geração em geração, esses saberes abrangem práticas sustentáveis de manejo dos recursos naturais, como técnicas de agricultura de baixo impacto ambiental, o manejo criterioso do fogo para a prevenção de incêndios florestais e a conservação da biodiversidade. Para esses povos, a natureza não é um mero recurso a ser explorado, mas, sim, um elemento de interdependência humana, intrinsecamente ligado à sua cultura, identidade e sobrevivência. Os povos indígenas entendem a complexa teia da vida que conecta todos os seres vivos e se veem como parte integrante desse sistema, buscando o equilíbrio e a harmonia em suas práticas.

(…)

Leia o artigo completo no Correio Braziliense.

ADALBERTO LUIS VAL é biólogo, pesquisador e orientador de pós-graduação no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Bunge e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências para a Região Norte.

(Correio Braziliense, 27/07/2025 | Foto: Débora Dutra/CEMADEN)