O diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e o CEO da fundação Saudita OceanQuest, Martin Visbeck, assinaram, nesta terça-feira (10), memorando de entendimento para viabilizar a expedição na Cadeia Vitória-Trindade (CVT), no litoral brasileiro. A formalização da parceria ocorreu durante a 3ª Conferência das Nações Unidas para o Oceano (UNOC3), principal evento internacional sobre conservação e uso sustentável dos oceanos, em Nice, França.
A expedição vai explorar a CVT, que é composta por montes submarinos vulcânicos formados ao longo de milhões de anos e abriga grande biodiversidade marinha e variedade de espécies de peixes, corais e outras formas de vida. “O maior desafio para conhecer essa região é tecnológico. A parceria com a OceanQuest vai permitir, por exemplo, o uso de tecnologias como os ROVs (Remotely Operated Vehicles – Veículos Operados Remotamente) para estudar regiões inacessíveis ao ser humano”, explica Estefen.
A Cadeia Vitória-Trindade é uma cordilheira submarina, de aproximadamente 1.200 km de extensão, que liga a costa brasileira à Ilha da Trindade e ao arquipélago de Martim Vaz. Segundo o diretor-geral do INPO, a expedição visa também definir regiões que serão posteriormente monitoradas de forma contínua para a observação de fenômenos que podem ser influenciados pelas mudanças climáticas, obtendo assim maior conhecimento sobre o oceano profundo.
“Sabendo o que temos em nossas águas, conseguimos também entender fenômenos já presentes e que nos afetam”, reforça Estefen.
Em março, o INPO e a OceanQuest promoveram, no Rio de Janeiro, o Workshop Internacional sobre Pesquisa no Oceano Profundo. O encontro reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros para debater os desafios para a realização da expedição e as oportunidades de pesquisa.
“O oceano profundo ainda é muito pouco conhecido. Abriga uma vasta e inexplorada biodiversidade, recursos minerais, atua também como sumidouro de carbono, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, e contribui para a regulação do clima. Sua exploração pode resultar em descobertas em diversas áreas, como a da saúde, resultando em benefícios para a humanidade”, destaca Estefen.