BEIJING, 3/6 – A delegação da Academia Brasileira de Ciências (ABC) que está em missão na China, visitou na tarde de 3 de junho o Centro de Pesquisa de Fronteira em Estrutura Biológica de Beijing (FRCBS), da Universidade Tsinghua, em Beijing. O FRCBS é um instituto de pesquisa de classe mundial na área de biologia estrutural, com resultados inovadores em diversas frentes de pesquisa.
Segundo seu vice-diretor executivo, o professor Xinquan Wang, que recebeu o grupo brasileiro, a missão do Centro inclui a pesquisa e o desenvolvimento de uma nova geração de microscópios crioeletrônicos (Cryo-EM) e tecnologias essenciais; o desenvolvimento de novas tecnologias para estudo de estruturas biológicas impulsionadas por inteligência artificial (IA); a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos inovadores com base em estruturas biológicas; e a identificação e sistematização do conhecimento de fronteira sobre estruturas biológicas.

O principal objetivo do Centro é construir de forma abrangente um sistema de inovação baseado na integração “Estrutura + Função + IA”, promovendo vigorosamente o desenvolvimento prospectivo da biologia estrutural, impulsionando a rápida transformação e aplicação dos resultados inovadores nessa área, e contribuindo para a pesquisa e o desenvolvimento de novos medicamentos.
Wang apontou que outro pilar importante é a formação da nova geração de jovens cientistas, incentivando a motivação, a criatividade e habilidades científicas sólidas que fomentem a inovação. “Nosso objetivo é promover descobertas revolucionárias que abram novas portas e conduzam a novos rumos na pesquisa biológica, para que possamos compreender mais profundamente o mundo ao nosso redor e a nós mesmos.”
Participaram do encontro, pelo lado chinês, uma equipe do FRCBS – Xinquan Wang, diretor executivo adjunto, professor e vice-diretor da Escola de Ciências da Vida da Universidade Tsinghua; os professores da mesma escola Chunlai Chen e Junjie Liu; o/a diretor adjunto do FRCBS, Yafei Yuan; e o funcionária Xiaoting Wang. Por parte da Academia Chinesa de Ciências esteve presente Sumeng Wang, do gabinete de Cooperação Internacional. Pelo lado brasileiro, somou-se à delegação da ABC o diretor do Departamento de Energia e conselheiro da embaixada brasileira na China, Rodrigo Mendes Araújo.
Após a visita, o vice-presidente da ABC para a região Norte, Adalberto Val, observou que tinha testemunhado o futuro da biologia estrutural e da nanotecnologia já em operação, dado que o centro abriga 16 microscópios Krios, equipamentos de crio-microscopia eletrônica (Cryo-EM) capazes de revelar estruturas moleculares com resolução quase atômica, revolucionando áreas como biomedicina, biofísica e engenharia de proteínas. “O que impressiona não é apenas a infraestrutura, é a visão estratégica: um investimento maciço e coordenado em ciência de altíssimo nível, que transforma pesquisa básica em soluções com impacto global. Enquanto isso, na Amazônia, lutamos por verbas para manter microscópios comuns funcionando. A comparação dói, mas também inspira: ciência exige ambição, continuidade e visão de longo prazo.”