Leia matéria publicada no site gov.br em 25/9:
Cinco mulheres que adentraram ao seleto grupo da ciência são destaque na Mostra “Mulheres Cientistas: Pioneiras da Inovação e da Ciência”, inaugurada nesta segunda-feira (23) na Biblioteca Henrique Morize, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Das homenageadas, três são estrangeiras e duas brasileiras. Uma das organizadoras, a coordenadora Cristiane Teixeira de Oliveira, lembra que ainda hoje, no mundo, a presença feminina é inferior à masculina, embora o quantitativo do gênero feminino seja superior na maioria dos países. Mas Cristiane destaca que o Brasil rompeu uma realidade que ainda vigora até em países mais desenvolvidos: somos o terceiro no mundo em presença feminina com 49% do universo científico. Ficamos atrás apenas da Argentina e Portugal onde esta presença chega a 52%. A média mundial é de 30%.
Dentre as homenageadas estão as brasileiras Maria Laura Leite Lopes, matemática e uma das pioneiras da Academia Brasileira de Ciências (ABC), assim como a geógrafa Maria Regina Mousinho de Meis. Figuram também a francesa Marie Curie, [que foi membra correspondente da ABC], e as russas Sofya Kovalevskaya e a Peleya Kochina. “Todas desafiaram os limites e moldaram o futuro da ciência”, diz o enunciado da exposição.
Conheça o perfil de cada homenageada:
Maria Laura Leite Lopes – A pernambucana foi a primeira mulher a se doutorar em matemática no Brasil em 1949 e uma das primeiras a se tornar membro da Academia Brasileira de Ciências (1951). Exerceu seu ofício como efetiva no Instituto de Matemática quando, em 1969, foi cassada pela ditadura militar no Brasil. Aposentada compulsoriamente, deixou o país na companhia do marido, o renomado físico [e Acadêmico] José Leite Lopes, e seguiu para a França. Lá trabalhou no Institut de Recherches sur I’Enseigmnement des Mathématiques, desenvolvendo pesquisas sobre os problemas da educação matemática. Voltou depois da Anistia, em 1979, e retornou à UFRJ. Morreu em 20/06/2013, no Rio de Janeiro, aos 96 anos.
Maria Regina Mousinho de Meis – Geógrafa brasileira e carioca, Maria Regina nasceu em 1939 e estudou no Brasil e no exterior. Em 1958 na Universidade do Brasil e em seguida ampliou os estudos no exterior: pedagogia, mineralogia, climatologia e fotointerpretação na Universidades de Paris e Lisboa (entre 1962 e 1963). Trabalhou na UFRJ entre 1968 até sua morte em 1985. Maria Regina deixou um legado ao estudo e compreensão do Quaternário Continental Brasileiro onde se destacam avanços teórico-conceituais sobre a evolução do relevo no planalto Sudeste, além dos desdobramento de sua obra feitos através da continuidade de suas ideias desenvolvidas pelos seguidores de sua escola. continuidade de suas ideias desenvolvidas pelos seguidores de sua escola. do relevo no planalto Sudeste do Brasil, além dos desdobramentos de sua obra feitos através da continuidade de suas ideias desenvolvidas pelos seguidores de sua escola sobre o Continental Brasileiro onde se destacam avanços teórico-conceituais sobre a evolução do relevo no Planalto Sudeste do Brasil, além dos desdobramentos de sua obra feitos através da continuidade de suas ideias desenvolvidas pelos seguidores de sua escola.
Sofya Kovalevskaya – Russa com larga contribuição na matemática nas teorias das equações diferenciais parciais, analítica e mecânica. Foi a primeira mulher nomeada para a Academia de Matemática do seu país e uma das primeiras a ter cargo de professora em uma universidade no exterior, Estocolmo. Apesar de ter vivido apenas 41 anos, foi uma das mais influentes matemáticas do século XIX. Ela se distinguiu pelas contribuições para a teoria das equações diferenciais. Apesar de, ainda na infância, ter demonstrado grande talento para a matemática, precisou mudar de país, já que o curso não era aberto às mulheres. Assim, para deixar o país e estudar na Suécia, precisou assinar um falso termo de casamento com um paleontólogo.
Pelageya Kochina – A mulher que viveu cem anos (1899 a 1999) dedicou a vida à matemática. Conhecida por seu trabalho em mecânica dos fluidos e hidrodinâmica, particularmente a aplicação das equações de Fuchs (referência ao matemático Lazarus Fuchs), foi eleita membro correspondente da Academia de Ciências da União Soviética (URSS) em 1946. Neste período, pós guerra, preparou palestras e seguiu no ensino da matemática aplicada. Mais tarde chefiou o Departamento de Mecânica Teórica – cargo até então restrito aos homens – e assumiu a direção do Departamento de Hidrodinâmica Aplicada do Instituto de Hidrodinâmica. Foi uma das fundadoras da então chamada Academia de Ciências da União Soviética.
Marie Curie – Primeira cientista a arrebatar dois prêmios Nobel em áreas distintas: física e química. Polonesa naturalizada francesa, ela é orgulho da ciência nos dois países. Em 1903 conquistou o Nobel de Física, feito que repetiria em 1911, agora com o Nobel de Química. Descobriu os elementos químicos polônio e rádio. A singularidade da carreira científica abriu as portas para que se tornasse também a primeira mulher a lecionar na Sorbonne. Sua trajetória para a pesquisa científica começou ainda nos primeiros anos de estudo: nascida em 1867, em 1893 graduou-se em física e em 1894, matemática. Foi a primeira colocada no exame para o mestrado em física e no ano seguinte, matemática. Tornou-se amiga de Einstein, com quem se correspondia frequentemente para discutir temas científicos dos mais complexos.