Dando sequência à discussão sobre o futuro da Pós-graduação (PG), no dia 18 de fevereiro aconteceu uma reunião do Fórum de Pró-reitores de Pós-graduação (Foprop), com vistas a avançar na  discussão de um novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). O Foprop reúne mais de 260 instituições de ensino superior, nos âmbitos federal, estadual, municipal, confessionário e privado.

A pauta para discussão envolveu não só a situação atual da pós-graduação no Brasil e os seus entraves, mas também as ações que precisam ser tomadas para o desenvolvimento do país. As discussões foram baseadas no relatório Foprop/ Cátedra Paschoal Senise – USP.

De acordo com o cientista político Abilio Afonso Baeta Neves, membro colaborador do ABC e primeiro titular da Cátedra Paschoal Senise da USP,  a pós-graduação brasileira chegou ao fim de bem sucedida ciclo de implantação, expansão e consolidação após dos 65 anos da emissão do Parecer Sucupira. “Não estamos mais formando mestres e doutores para atender as necessidades das instituições de ensino superior (IES) públicas. Para haver avanços, precisamos modernizar o sistema.” 

Foram abordados temas como expansão, falta de alunos de PG especialmente nos programas com conceitos maiores), idade avançada dos professores, abandono e desligamento. Foi também discutida a questão da produção da PG e a diferença entre as áreas de conhecimento, quem demanda os produtos da PG, interdisciplinaridade e internacionalização. Um forte tópico de discussão foi a avaliação, com a falta de diferenciação entre os programas acadêmicos e profissionais, além do excesso de normatização. Na questão do futuro, foram debatidas as novas aptidões necessárias ao pesquisador, a formação de redes, a relevância social e a inovação. Outras questões importantes como a ciência aberta, pagamento de taxas de publicação de artigos e financiamento da PG foram abordadas, além da comunicação da PG com a sociedade.

De acordo com a coordenadora do grupo de trabalho que elaborou o relatório, a professora Connie McManus, membro titular da ABC, há necessidade de que a pós-graduação no Brasil seja amplamente discutida por todos os setores que dependem dela. “Muitas vezes temos medo de discutir os entraves, que vão muito além do financiamento. No documento Foprop/Cátedra Paschoal Senise foram levantados dados para que tenhamos uma base para realizar esta discussão. Precisamos focar na formação de recursos humanos para a resolução dos problemas da sociedade e mostrar mais claramente o valor do conhecimento que produzimos.”

O evento foi transmitido pelo You Tube do Foprop e foi acompanhado por mais de 300 pessoas.

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