Os novos afiliados da ABC: Carlo de Oliveira, Siomar Soares, Wendell Coltro, Angélica Vieira, Raquel Minardi e Daniel Majuste.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) promoveu, no dia 12 de agosto, na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Simpósio e Diplomação dos Membros Afiliados da ABC Regional Minas Gerais & Centro-Oeste 2018-2022 e 2019-2023. Para esses dois períodos, foram eleitos dez pesquisadores, dos quais seis participaram do evento, receberam seus diplomas e apresentaram suas pesquisas.
Do grupo de afiliados para o período de 2018 a 2022, participaram Siomar de Castro Soares (ciências agrárias, UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro) e Wendell Karlos Tomazelli Coltro (ciências químicas, UFG – Universidade Federal de Goiás). Dos eleitos para o período de 2019 a 2023, participaram Angélica Thomaz Vieira (ciências biológicas, UFMG); Carlo José Freire de Oliveira (ciências biomédicas, UFTM); Daniel Majuste (ciências da engenharia, UFMG); e Raquel Cardoso de Melo Minardi (ciências da engenharia, UFMG).
Mauro Teixeira, Cícero Starling, André Massensini, Virgilio Almeida e Evaldo Vilela durante a mesa de abertura.
A categoria de membros afiliados da ABC foi criada em 2007, visando a inclusão de jovens cientistas, de menso de 40 anos, com uma carreira acadêmica de excelência. Eles são eleitos pelas vice-presidências regionais (Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Centro-Oeste, Nordeste e Espírito Santo e Norte) e permanecem membros da ABC por cinco anos não prorrogáveis. Alguns deles já foram eleitos como membros titulares, como Alicia Kowaltowski, Antonio Gomes de Souza Filho e Eduardo Teixeira, entre outros.
Além dos novos afiliados, estiveram presentes o diretor da ABC, Virgilio Almeida; o vice-presidente da Regional Minas & Centro-Oeste da ABC, Mauro Martins Teixeira; o Acadêmico e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Evaldo Vilela; o pró-reitor adjunto de pesquisa da UFMG, André Ricardo Massensini; e Cícero Murta Diniz Starling, diretor da Escola de Engenharia da UFMG.
Durante a abertura do evento, Virgilio Almeida falou sobre o papel cada vez mais relevante da Academia em um momento que há forte questionamento do valor da ciência e da importância do conhecimento científico. Nesse cenário, de disseminação de notícias falsas a respeito de temas como a saúde e a Amazônia, a Academia deve levar informação com base no conhecimento científico para a sociedade.
Vice-presidente da Regional MG-CO, Mauro Teixeira destacou que os cientistas desse grupo surgem majoritariamente de Minas Gerais e Brasília, e alertou para a necessidade de formação de novos cientistas na região do Centro-Oeste.
“Qual a importância da ciência que fazemos para o desenvolvimento do país?”
Segundo o Acadêmico Evaldo Vilela, um mundo desigual reage contra a ciência quando acha que a mesma não entregou o que deveria. No caso brasileiro, os cientistas até entregaram, mas foram muito “herméticos”: é preciso mostrar de forma clara para a sociedade o progresso feito até aqui.
Na conferência de título “Ciência Hoje”, Vilela destacou que desde que a ciência brasileira passou a depender de recursos públicos, os cientistas passaram a ter o dever de dialogar com a sociedade, exercício que a Academia tem se empenhado em realizar.
Ao longo dos anos, o ensino superior e a ciência foram se desenvolvendo, mas o país não acompanhou. O Acadêmico apontou os motivos: a falta de alinhamento com as necessidades do país e suas regiões tão diversas, além da ênfase na formação de empreendedores em ciência e tecnologia.
O presidente da Fapemig observou que faltam mecanismos para transformar pesquisas em produtos. Nesse sentido, defendeu que as startups e aceleradoras podem construir as pontes necessárias entre ciência e mercado.
Ele reforçou ainda que antigas questões como saúde, educação e segurança pública, que nunca foram resolvidas no país, podem melhorar por meio do avanço da ciência. E acrescentou: “Quando existe desejo e interesse, é possível fazer uma política pública eficaz”.
Árvore da Ciência: preservando a genealogia acadêmica brasileira
O Acadêmico e professor titular do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG, Alberto Laender, tapresentou o projeto “Árvore da Ciência: preservando a genealogia acadêmica brasileira”.
Os pesquisadores de seu grupo desenvolveram um sistema para extrair árvores genealógicas acadêmicas a partir da coleta de dados na plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq),
Atualmente, o grupo trabalha com uma base de 263 mil currículos com o título de doutor, coletados em junho de 2018. Esse trabalho fornece uma série de análises que descrevem as principais propriedades das árvores de genealogia acadêmica como, por exemplo, quantas e quem são as pessoas formadas pelos pesquisadores analisados.
O projeto se apresenta como um primeiro passo para a construção de um grande repositório que registra a genealogia acadêmica de pesquisadores em vários campos e países. Para saber mais, acesse o site da Science Tree.
Saiba mais sobre os novos membros afiliados da ABC e veja a galeria de fotos do evento!
Novos afiliados da ABC para o período de 2018 a 2022:
Surfando em um mar de descobertas
Em seu laboratório na UFMG, o novo membro da ABC Alexander Birbrair, para o período de 2018 a 2022, atua na pesquisa do microambiente tecidual.
Dos problemas às equações diferenciais: crescendo com a matemática
Como nova afiliada da ABC, para o período de 2018 a 2022, a professora da UnB Jaqueline Godoy deseja continuar divulgando a matemática no Brasil e no mundo.
Inovando no combate à malária
Taís de Sousa trabalha pesquisando a malária na Fiocruz e é a nova afiliada da ABC, para o período de 2018 a 2022.
Atualizando os diagnósticos clínicos com a microfluídica
Novo afiliado da ABC, para o período de 2018 a 2022, o professor da UFG Wendell Coltro desenvolve sistemas microfluídicos em materiais de baixo custo para o uso em diagnósticos clínicos.
Programando a ciência na informática
Pesquisador da área de bioinformática e professor da UFTM, Siomar Soares é o novo membro afiliado da ABC, para o período de 2018 a 2022.
Novos afiliados da ABC para o período de 2019 a 2023:
Procurando as causas da biodiversidade
Thiago Rangel é professor da UFG e novo membro afiliado da ABC, e como pesquisador atua nas áreas da ecologia e biologia evolutiva.
Encontrando propriedades benéficas nas moléculas produzidas por parasitas
O novo membro da ABC, para o período de 2019 a 2023, Carlo José Freire de Oliveira é professor da UFTM e atua como pesquisador no campo da imunologia.
Desvendando a imunologia a partir da alimentação
Professora da UFMG, a nova afiliada da ABC, para o período de 2019 a 2023, Angélica Thomaz Vieira estuda a relação entre as fibras na alimentação e as bactérias do intestino humano.
Modelando problemas biológicos com a computação
Professora da UFMG, a nova afiliada da ABC, para o período de 2019 a 2023, Raquel Minardi trabalha nas áreas da bioinformática e da biologia computacional.
Desenvolvendo novas tecnologias para a produção de metais de alta pureza
Novo membro afiliado da ABC, para o período de 2019 a 2023, Daniel Majuste é professor da UFMG e pesquisa tecnologias para a produção de metais de alta pureza, a partir de minérios e resíduos.
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