Na adolescência, ainda indeciso sobre que carreira seguir, Daniel Majuste teve a oportunidade de conhecer de perto um pouco do papel da ciência ao visitar uma fábrica de insulina em sua cidade natal. Levado por um amigo engenheiro químico que trabalhava por lá, anos depois, o novo membro afiliado da Regional Minas Gerais & Centro-Oeste da Academia Brasileira de Ciências (ABC), para o período de 2019 a 2023, viria a trilhar o mesmo caminho.

Nascido na cidade de Montes Claros, Daniel tem 39 anos e é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na escola, já mantinha um apreço especial pelas ciências da natureza e pela matemática: “para estas matérias, sentia prazer em resolver exercícios e estudar para as provas”.

Antes de se inscrever no vestibular para engenharia química, Daniel chegou a prestar para medicina, mas não foi aprovado. Hoje, ele reconhece: “Poucos pontos me separaram desse ‘sonho’, que hoje, sei que não era meu”. Finalmente, inspirado pela experiência na fábrica de insulina, as oportunidades no mercado de trabalho e o interesse nas disciplinas da área, prestou o vestibular e foi aprovado para o curso de engenharia química na UFMG.

Na graduação, começou a fazer pesquisa na iniciação científica e valoriza todos os benefícios dessa etapa na sua formação. Em 2005, ingressou no mestrado na mesma área e universidade, com o mesmo orientador da graduação, o professor Marcelo Borges Mansur.

Em 2007, iniciou o doutorado em engenharia metalúrgica e de minas na UFMG, com período sanduíche na Pennsylvania State University, nos Estados Unidos. “Quatro anos de muita transpiração e inspiração, tanto no Brasil, quanto no exterior. Tive a oportunidade de trabalhar em um grupo de pesquisa que me ofereceu todas as oportunidades possíveis em termos de aprendizado, experiências, vivências, infraestrutura e parcerias”, lembra o cientista.

Nesse período, ele foi orientado pelos Acadêmicos Virginia Ciminelli, no Brasil, e Kwadwo Osseo Asare, nos Estados Unidos. Daniel Majuste ressalta que os professores deram não só o apoio técnico, como também emocional, necessário para o desenvolvimento de seu trabalho.

Como pesquisador, o novo afiliado da ABC atua no desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias para a produção de metais de alta pureza, a partir de fontes primárias, como minérios, e secundárias, como resíduos. Seus estudos focam principalmente em três categorias: redução do consumo de energia elétrica em processos industriais de produção de metais de alta pureza; processamento eficiente e viável de minérios de baixo teor; e processamento de resíduos urbanos, visando a recuperação de metais de alto valor econômico.

Para Majuste, o título de membro afiliado da ABC é um “sinal verde” para continuar na pesquisa de relevância para a sociedade e na missão de ensinar novas gerações de cientistas. “Um imensurável estímulo e motivação para buscar, cada vez mais, novos aprendizados, novos desafios e novas realizações”, celebra.