diego250.jpg Os esportes sempre prenderam a atenção de Diego da Silva Alves na escola, mas já no ensino médio a vocação para a química dava seus primeiros sinais. Depois de prestar dois vestibulares para o curso de fisioterapia, teve contato com conteúdos da área da química e decidiu mudar de caminho. Do futebol jogado com os amigos nas ruas da cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Diego foi parar na química orgânica.
Caçula, com uma irmã dois anos mais velha, ele descreve sua escolha de carreira como “um acaso”. Na terceira tentativa de vestibular passou para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para o curso de química industrial.
O primeiro ano de graduação despertou o interesse pela carreira acadêmica em Diego Alves, que logo ingressou em um projeto de iniciação científica (IC) num laboratório de síntese orgânica, onde permaneceu até o último ano da graduação. Começou então um segundo estágio de IC, desta vez desenvolvendo, de fato, um projeto na área da síntese orgânica. Foi este projeto e a orientação do professor Dr. Gilson Zeni que despertou Diego para a possibilidade de seguir na pós-graduação.
Zeni, junto com o professor Antônio Luiz Braga, orientaram a pesquisa de mestrado e doutorado de Diego Allves. “O clima de liberdade, cordialidade e informalidade com que eles conduziam nossas atividades me permitiu aprofundar meus conhecimentos em química orgânica e o resultado destes trabalhos foram aparecendo, com um bom número de publicações cientificas”, conta ele. Finalizados os projetos, Alves rumou para o pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, Alves é pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e estuda formas e metodologias de síntese de moléculas orgânicas que contenham enxofre, selênio e telúrio, levando em conta fundamentos da química verde. Ele procura explorar as possibilidades de aplicação dessas moléculas sintetizadas, que podem servir como marcadores biológicos e têm usos farmacológicos.
Ele diz se sentir recompensado com os resultados que o grupo vem obtendo. “Sabemos que o caminho de nossas pesquisas é bastante longo, mas temos esperanças que os esforços de nossos trabalhos sejam recompensados através da disponibilização de um produto que possua uma aplicação segura e eficaz”, comenta.
Para Alves, é esta possibilidade de assumir novos desafios e buscar diferentes soluções que o estimula na pesquisa. “É muito gratificante saber que na ciência sempre existirá alguém disposto a trabalhar para solucionar problemas e demonstrar como isto é possível. A indagação nunca pode acabar”, reforça o químico.
A eleição como membro afiliado da região Sul para a Academia Brasileira de Ciências (ABC) é para Diego Alves uma grande honra, resultado dos estudos que já realizou. Vê este período próximo à ABC como uma possibilidade de dar visibilidade ao trabalho realizado pelos pesquisadores de química da UFPel e pretende usar a oportunidade como uma chance de aprendizado e compartilhamento de seu conhecimento. “Acredito que será um misto de aprendizagem e atuação, uma vez que conseguirei trocar experiências e opiniões com Acadêmicos da ABC não somente da química, mas sim das diferentes áreas da ciência”, observa.