
Caçula, com uma irmã dois anos mais velha, ele descreve sua escolha de carreira como “um acaso”. Na terceira tentativa de vestibular passou para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para o curso de química industrial.
O primeiro ano de graduação despertou o interesse pela carreira acadêmica em Diego Alves, que logo ingressou em um projeto de iniciação científica (IC) num laboratório de síntese orgânica, onde permaneceu até o último ano da graduação. Começou então um segundo estágio de IC, desta vez desenvolvendo, de fato, um projeto na área da síntese orgânica. Foi este projeto e a orientação do professor Dr. Gilson Zeni que despertou Diego para a possibilidade de seguir na pós-graduação.
Zeni, junto com o professor Antônio Luiz Braga, orientaram a pesquisa de mestrado e doutorado de Diego Allves. “O clima de liberdade, cordialidade e informalidade com que eles conduziam nossas atividades me permitiu aprofundar meus conhecimentos em química orgânica e o resultado destes trabalhos foram aparecendo, com um bom número de publicações cientificas”, conta ele. Finalizados os projetos, Alves rumou para o pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, Alves é pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e estuda formas e metodologias de síntese de moléculas orgânicas que contenham enxofre, selênio e telúrio, levando em conta fundamentos da química verde. Ele procura explorar as possibilidades de aplicação dessas moléculas sintetizadas, que podem servir como marcadores biológicos e têm usos farmacológicos.
Ele diz se sentir recompensado com os resultados que o grupo vem obtendo. “Sabemos que o caminho de nossas pesquisas é bastante longo, mas temos esperanças que os esforços de nossos trabalhos sejam recompensados através da disponibilização de um produto que possua uma aplicação segura e eficaz”, comenta.
Para Alves, é esta possibilidade de assumir novos desafios e buscar diferentes soluções que o estimula na pesquisa. “É muito gratificante saber que na ciência sempre existirá alguém disposto a trabalhar para solucionar problemas e demonstrar como isto é possível. A indagação nunca pode acabar”, reforça o químico.
A eleição como membro afiliado da região Sul para a Academia Brasileira de Ciências (ABC) é para Diego Alves uma grande honra, resultado dos estudos que já realizou. Vê este período próximo à ABC como uma possibilidade de dar visibilidade ao trabalho realizado pelos pesquisadores de química da UFPel e pretende usar a oportunidade como uma chance de aprendizado e compartilhamento de seu conhecimento. “Acredito que será um misto de aprendizagem e atuação, uma vez que conseguirei trocar experiências e opiniões com Acadêmicos da ABC não somente da química, mas sim das diferentes áreas da ciência”, observa.