Na matemática, a teoria é essencial para a aplicação prática e, ao longo dos anos, avança com novas descobertas que a torna cada vez mais eficaz. Baseada neste princípio, Adriana Neumann de Oliveira lidera um projeto teórico que estuda o comportamento coletivo das moléculas de um sistema físico, no qual elas se movem de um reservatório para o outro. “Usamos um modelo matemático que interpreta estas moléculas como partículas que interagem entre si, segundo uma regra probabilística. Mais à frente, queremos adotar um modelo ainda mais complexo, que represente melhor uma situação real”, diz ela, animada para contribuir, no futuro, para o entendimento do comportamento de gases e fluidos.

Apaixonada pela profissão, a matemática, que retornou de licença maternidade em março deste ano, recebe o prêmio como uma motivação para não desistir do seu objetivo. Atuando em um meio predominantemente masculino, Adriana vê neste reconhecimento a oportunidade de mostrar à sociedade que as mulheres podem ser o que desejarem. “Normalmente, quando a mulher está em um momento importante da carreira, é também o momento de ter filhos. E isso precisa ser aceito como algo natural, pois a ciência precisa de mulheres, e elas podem se tornar mães e continuar sendo pesquisadoras como eu”, ressalta a pesquisadora.

Com 36 anos, Adriana possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e mestrado e doutorado na mesma área, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), respectivamente. Hoje, é professora do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da UFRGS.