
A segunda sessão do evento “Desafios da Educação Técnico-Científica no Ensino Médio”, realizado entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro na sede da Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, contou com dois palestrantes internacionais e focou no tema “Desafios da Educação STEM – Perspectivas Internacionais”.
Aplicação da Educação STEM

A premissa do livro é promover o ensino integrado e interdisciplinar, sugerindo métodos de estudo e de ensino para os professores e aplicações do modo de ensino de STEM para os alunos do K-12, termo em inglês que engloba o ensino fundamental e médio.
Entre outras coisas, o livro recomenda que se observe o contexto educacional da instituição e do grupo onde a Educação STEM será aplicada e, a partir desse mapeamento, se estabeleçam metas para a aprendizagem escolar e objetivos mais concretos a longo prazo.
Segundo o modelo, ao se adotar esse método, os objetivos mudarão o contexto do grupo e do local onde se ensina e possibilitará o estabelecimento de novas metas, a partir de um novo desenho.
De acordo com Uzzo, a Educação STEM começou a ser proposta na década de 1950, quando a tecnologia entrou na vida das pessoas e exigiu mudanças na forma de ensinar. “O estudo das ciências passou a levar em conta temas como sustentabilidade, ambiente social e a influência do homem no meio ambiente”, disse o professor. “Isso transformou a nossa forma de ver a natureza e a nós mesmos. “
Um dos fatores que mais alterou nossa forma de aprender e produzir conhecimento foi a possibilidade de acesso a vários temas, de forma mais rápida e integrada, graças ao avanço dos meios de comunicação, de acordo com o palestrante. “O conhecimento interdisciplinar possibilitou ao homem estudar assuntos complexos em várias áreas”, diz o pesquisador, tomando como exemplo o uso de computadores e processamentos de dados em áreas como economia e contabilidade. “Algumas vezes, decisões são tomadas com o mínimo de intervenção humana. “
“Um consenso entre os maiores pesquisadores em educação é que nós temos que mudar o sistema de ensino”, afirmou Uzzo. Pensando nisso, e baseado nas diretrizes estabelecidas na obra “STEM Integration in K-12 Education“, o professor afirmou ser necessário elevar a compreensão sobre a mente humana e repensar como o fenômeno do aprendizado acontece.
“Aprender Fazendo”

Segundo Yang, a principal dedicação do LBD é o estudo das formas de aprendizado como forma de proteger a curiosidade das crianças e inspirar a iniciativa de aprender ciência. “A educação precisa acontecer”, diz o pesquisador. “Precisamos ajudar nossas crianças a desenvolver suas habilidades e conciliar diversos tipos de conhecimentos. “
Fundado em 2002, o “Learning by Doing” já estava em um processo de preparação desde 1994, quando os pesquisadores estudaram o panorama da educação na China e buscaram referências internacionais de projetos semelhantes ao que gostariam de desenvolver.
Em 2004 o grupo publicou seu primeiro livro, “Learning by Doing in China” onde sugeriam cinco modelos de aprendizado. Em 2006 fizeram um manual para professores explicando o conceito de “Science Education”.
Com publicações frequentes e avanços nos estudos sobre ensino e aprendizagem, o LBD conseguiu notoriedade entre os anos de 2006 e 2010, quando seu fundador, Dr. Yu Wei ganhou prêmios e reconhecimento pelo mundo.
Entre as propostas do grupo estava a criação de uma tabela onde eram estabelecidas as disciplinas (ciências físicas e de matérias; ciências da vida; ciências da terra e do meio ambiente e desenho e tecnologia) e quais temas seriam tratados em cada fase da vida escolar da criança.
Yang chama a atenção para o estudo das ciências da terra e do meio ambiente durante a pré-escola, focado apenas em um tema: o ar. É que, em inglês a palavra que designa o ar é a mesma usada para se referir ao nada, ao vazio. “É muito interessante ensinar isso às crianças, pois elas não entendem o que significa estudar o nada e é desafiador explicar para elas que, onde não há, supostamente, nada, na verdade está o ar. “
Atualmente, segundo Yang, o LBD está em um novo estágio de seu trabalho, pois mudaram o sistema de “Science Education” para o de “STEM Education”, desenvolvendo cursos e instruindo professores sobre maneiras de ensinar essas disciplinas.
Uma das principais inovações incorporadas nesta nova fase está a mudança do foco, da sala de aula para as atividades práticas. Agora o sistema proposto pelo LBD estabelece o foco na resolução de problemas, pensando no mundo atual; o estudo centrado na iniciativa do aluno, na cooperação e na aceitação de que, para cada pergunta, pode haver mais de uma resposta correta.