
O comitê deverá apresentar um relatório até 30 de agosto. A revisão foi encomendada pela ONU em março, após a descoberta de erros no último relatório do IPCC. O coordenador será o economista Harold Shapiro, ex-reitor da Universidade Princeton.
Brito Cruz é um dos cientistas mais respeitados e influentes do País. Entre 2002 e 2005 foi reitor da Universidade Estadual de Campinas, onde leciona há 28 anos. Desde então, é diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Seu nome foi indicado pela Academia Brasileira de Ciências.
Ao Estado, Brito Cruz disse que será uma “oportunidade importante de contribuir para o aprimoramento do trabalho do IPCC”, garantindo que seus relatórios sejam baseados em “ciência sólida”.
– Como o senhor analisa o escândalo do “climagate” e a repercussão dele na ciência e na opinião publica?
Tenho a impressão de que foram esses acontecimentos que estimularam a ONU a solicitar a revisão. É muito importante que os procedimentos adotados pelo IPCC sejam sólidos, transparentes e respeitadores das divergências de opiniões. Num tema cercado de debate e consequências importantes para toda a humanidade, é muito importante que se faça todo o esforço para isso.
– A posição do IPCC é que os erros no relatório não comprometem a conclusão sobre a influência do homem na mudança do clima. O senhor concorda?
Vou aprender mais detalhes sobre o funcionamento disso tudo agora, mas me parece que a base científica para o efeito humano na mudança do clima é razoavelmente sólida.
– É normal que haja erros num relatório desse porte, envolvendo centenas de estudos e milhares de cientistas?
É de se esperar que haja pequenos erros, mas também que, uma vez detectados esses erros, seja feito um ajuste dos procedimentos para que eles não aconteçam mais.