O Brasil acaba de ganhar um novo aliado no combate e prevenção às mudanças do clima. Inaugurado dia 21 de outubro, na Coppe/UFRJ, o Instituto de Tecnologia e Engenharia das Mudanças Globais em Energia e Meio Ambiente, realizará estudos de identificação de vulnerabilidades, ações de mitigação e adaptação a mudanças climáticas no território nacional.
Na cerimônia de inauguração foi assinado um convênio pelo ministro interino da C&T, Luiz Antonio Rodrigues Elias, e pelo diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa. O repasse de recursos será feito pela Finep, no valor de R$ 3 milhões, e pelo CNPq, no valor de cerca de R$ 800 mil, por meio de bolsas de desenvolvimento tecnológico.
Estiveram também presentes à inauguração a secretária de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, o presidente da Finep, Luís Manuel Fernandes, o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto, o sub-secretário de Coordenações das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, José Edil Benedito.
Durante a cerimônia na Coppe, o ministro ressaltou a importância do novo instituto para o estabelecimento de um padrão de desenvolvimento para o país. “Com esse instituto, o Brasil passa a contar com um centro pioneiro, aliando tecnologia, engenharia e energia nas pesquisas em mudanças globais. Ele se insere em uma estratégia de articulação entre as diferentes esferas do governo, academia e empresas, integrando ações para um planejamento de estado em torno da questão do clima”, afirmou Elias.
Segundo o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, o objetivo do instituto é articular os vários grupos de pesquisa da instituição, que tem tido uma participação intensa, tanto no desenvolvimento de estudos no campo da energia, incluindo fontes de energias renováveis, como em mudanças do clima.
“Os pesquisadores da Coppe tem uma forte atuação na área ambiental, que abrange desde aplicações no setor de transportes, soluções para otimizar o uso e evitar a escassez de recursos hídricos, medidas para eficiência energética, além de uma nova área de captura e armazenamento de carbono”, explica Pinguelli.
Atualmente quatro professores da Coppe participam do grupo de energias renováveis do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Para a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn Ribeiro, a questão do clima atravessa a fronteira ambiental. “Clima é desenvolvimento. Significa refletir sobre que forma de desenvolvimento queremos. Hoje a variável climática faz parte do planejamento de qualquer governo ou empresa. É um caminho sem volta”, afirma.
Também estão entre os objetivos do Instituto colaborar para a formulação de estratégias do Plano Nacional de Mudança do Clima e para a elaboração dos relatórios de medidas nacionais e multilaterais apresentados nas Conferências das partes da Convenção de Mudanças Climáticas da ONU. A Coppe já sedia o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que tem participado das reuniões com a Presidência da República, Ministério Minas Energia, Ministério de Meio Ambiente e Casa Civil para definir a posição brasileira na Convenção do Clima de Copenhague, que será realizado em dezembro.
O trabalho no Instituto do Clima será realizado de forma integrada com várias unidades da Coppe como o Instituto Virtual de Mudanças Climáticas (Ivig), que trata de tecnologias e energias sustentáveis, o Programa de Planejamento Energético, que inclui o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Centro Clima), e o Programa de Engenharia de Transportes, que já desenvolve estudos associados ao tema como, por exemplo, mobilidade e sociedade de baixo carbono.
O instituto contará ainda com o suporte do novo supercomputador da Coppe, um dos mais potentes da América Latina, que é fruto da cooperação com a Petrobras e entrará em operação ainda este ano para desenvolvimento de modelos climáticos aplicados à engenharia.