Escolas sucateadas. Alunos desmotivados. Professores desamparados. Pior, uma etapa escolar que não conhece ao certo sua missão. Essa é a triste realidade do ensino médio brasileiro. Além de assustar, a situação compromete o destino de centenas de cabeças pensantes. Na tentativa de ajudar gestores e professores a mudar esse quadro, a Universidade de Brasília lança sua primeira revista de jornalismo científico e cultural, a Darcy.

O desafio de criar uma nova ferramenta de ensino foi proposto pelo Conselho Editorial da publicação. O grupo responsável por orientar as escolhas dos temas que serão tratados nas páginas da revista e traçar os rumos do novo projeto é composto por professores, educadores e pesquisadores, além de jornalistas. “Uma das missões da revista é divulgar as pesquisas produzidas na universidade, mas podemos contribuir para melhorar o ensino”, reforça o presidente do Conselho Editorial da Darcy, Isaac Roitman.

Roitman lembra que, nas escolas de ensino médio, o contato com a ciência não é para todos. Faltam professores da área e laboratórios em inúmeros colégios. “Esse é um dos instrumentos que pode contribuir para colocá-los em contato com a ciência”, afirma. A comunidade acadêmica vai conhecer a revista na terça-feira, 30 de junho, às 10h. O lançamento acontecerá no Minhocão Norte.

O quadro dramático e triste da infraestrutura do ensino médio brasileiro é agravado pelos altos índices de repetência e evasão escolar. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que 6 milhões de jovens, entre 15 e 17 anos de idade, estão fora da sala de aula. “O ensino médio é uma fase difícil da vida do jovem. Grande parcela precisa conciliar trabalho e estudo. A ideia da revista é ótima porque motiva o aluno e professor a construírem juntos um processo de educação mais atraente”, destaca o secretário de Educação do Distrito Federal (DF), José Valente.

A parceria estabelecida com a Secretaria de Educação e o Sindicato das Escolas Particulares do DF vai garantir que todos os professores de ensino médio recebam, a cada dois meses, a revista. Mais ainda: permite que eles sejam preparados, em oficinas na universidade, para utilizar o material em sala de aula. “Isso é excelente, porque as oficinas criarão um canal de comunicação direto entre os professores e a universidade. Podemos aperfeiçoar o que for preciso ao longo do tempo”, complementa o presidente do Conselho Editorial.

“Temos pretensões muito grandes. A revista nasce para ser o elo entre a UnB e a sociedade, mostrando a utilidade do conhecimento acadêmico”, assinala o secretário de Comunicação da UnB, Luiz Gonzaga Motta. O grupo de jornalistas, designers e fotógrafos que produziu a nova publicação se preocupou com a qualidade técnica, gráfica e editorial. “A cada página, um novo desafio era lançado. Tivemos diversas discussões em equipe e todo o processo foi participativo na busca de um grande volume de soluções gráficas”, comenta o editor de Arte da Secretaria de Comunicação da UnB, Apoena Pinheiro.