O simpósio de Ciências Matemáticas da 5ª Conferência Regional de Jovens Cientistas da TWAS-ROLAC (Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento – Escritório Regional para a América Latina e o Caribe) foi coordenado pelo presidente da TWAS e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis. Apresentado durante a Reunião Magna da ABC, o encontro, que contou com a presença de quatro pesquisadores, foi realizado na sede da Academia Brasileira de Ciências, no Centro do Rio de Janeiro, no início de maio.

O pesquisador ressaltou que determinados fenômenos físicos recaem em uma equação diferencial parcial quando analisados sob o do ponto de vista matemático. “Neste caso, estudar a viabilidade do modelo resume-se, muitas vezes, em tentar solucionar fórmulas. É natural querer saber se, de fato, é possível elucidar esses problemas. Uma das técnicas para garantir a existência dessas soluções é através do Teorema de Pontos Fixos”, esclarece Barroso.

Formado em Matemática pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com doutorado e pós-doutorado no mesmo campo, realizados nos Estados Unidos (EUA), Codá faz questão de relembrar que as análises matemáticas, muitas vezes, demoram a ter aplicações tecnológicas. “Nós tentamos desenvolver técnicas inovadoras e obter resultados novos para a área”, complementa o pesquisador, que é membro do Instituto para Estudos Avançados (IAS), nos EUA.

Lira destaca que quanto mais extensa for a área da membrana, maior é o risco da célula sofrer ataques e mais energia é gasta para manter a película que a envolve e isola do meio externo. “É necessário identificar a melhor forma de acomodar o volume – as organelas e o núcleo – sem que muita energia precise ser gasta para manter a membrana”, sintetiza o cientista, que possui doutorado em Matemática pela UFC e pós-doutorado em Geometria Diferencial pela Universidade de Tours, na França.

De acordo com os profissionais que participaram do simpósio, o evento possui qualidades importantes que contribuem para o progresso da ciência. Na opinião de Codá, o que torna a conferência essencial é o fato dela proporcionar a interação entre diversos profissionais da América Latina. Para ele, este aspecto facilita o contato com resultados de pesquisas obtidos em diferentes lugares e contextos. “Encontros como esse deveriam ser mais freqüentes. A idéia poderia ser mais bem divulgada”, sugere. Barroso concorda com o cientista. “Essa é uma característica importante e de muito valor”, comenta. Na sua perspectiva, outro elemento importante da Reunião Magna é a possibilidade de estudar as interseções do conhecimento e conectar os variados setores da ciência.
Sobre a apresentação, Codá relata que buscou utilizar uma linguagem pouco técnica para expor os principais resultados do estudo de forma clara e compreensível. “A audiência é muito heterogênea”, justifica. “Falar sobre Matemática de forma simples é sempre um desafio”, acrescenta Lira. Além do intercâmbio entre os profissionais, o professor da UFC identifica outro ponto forte da reunião: a renovação da produção científica a partir do trabalho de novos pesquisadores que, de acordo com ele, representam o futuro da ciência no Brasil. “A ABC deve impulsionar a carreira dos jovens profissionais. Para nós, a Academia deve ser como um alvo, a meta final”, conclui.
