
O único brasileiro a receber semelhante honra, Izquierdo doutorou-se em Medicina na Universidade de Buenos Aires (UBA), em 1962. Nos últimos anos do curso médico começou a se interessar pelas Neurociências. Aprendeu Neurofarmacologia com seu pai, Juan Antonio Izquierdo, com quem fez a parte experimental de seu doutorado, e cursou pós-doutorado na University of California, Los Angeles (UCLA). Trabalhou na própria UBA, na Universidade Nacional de Córdoba, na Escola Paulista de Medicina e na UFRGS. Formou importantes grupos de pesquisa em todas as universidades por que passou.
Na UFRGS em 1978, colaborou para a criação da pós-graduação em Bioquímica e instalou a pesquisa nesse Departamento. As duas tarefas foram muito bem sucedidas, e tanto o CPG em Bioquímica como o Departamento de Bioquímica estão entre os mais produtivos do país e mais conhecidos fora do mesmo. Contribuiu para a formação de numerosos discípulos, que ocupam posições de destaque no Brasil, na Argentina e em outros países.
Sua linha principal de pesquisa tem sido, desde 1966, a Biologia da Memória. Sua contribuição à mesma tem sido o estudo de numerosas drogas que afetam a memória (anfetamina, atropina, opioides); a descoberta de mecanismos neurohumorais (beta-endorfina, benzodiazepínicos) que regulam a formação e a evocação da memória, junto com mecanismos hormonais, em relação com processos emocionais ou afetivos; a seqüência bioquímica que subjaz à formação da memória no hipocampo, e sua interação com outras estruturas. Estes trabalhos são usados habitualmente como referência, no exterior, nesta área de pesquisa. Nos últimos anos tem se dedicado paralelamente a escrever contos e ensaios, em português.
Entre os inúmeros prêmios e condecorações que recebeu estão o Prêmio em Ciências Médicas Básicas, da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS), em 1995; a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, da Presidência da República do Brasil, em1996; o Prêmio Scopus 2006, da Editora Elsevier e CAPES/MEC, em 2006; a Comenda da Ordem de Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores, em 2007; o Prêmio FCW de Ciência e Cultura, da Fundação Conrado Wessel, em 2008. É Professor Honorário da Universidade de Buenos Aires e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Paraná.