
Com sua luneta, Galileu mostrou as estrelas da Via Láctea, as crateras da Lua, os anéis de Saturno, e em particular os satélites de Júpiter, e também as fases de Vênus, que demonstraram que o sistema heliocêntrico de Copérnico era correto, e derrubava o sistema geocêntrico de Aristóteles e Ptolomeu. “Considera-se hoje que talvez a principal contribuição de Galileo tenha sido o método científico da observação, em contraposição à corrente teórica ou abstrata aristotélica. Por isso, Galileo é considerado por alguns como o pai da ciência moderna”, afirmou Barbuy.
A Acadêmica destacou que a Astronomia, assim como outras ciências, vem avançando a passos largos. “E é interessante notar que todas essas descobertas vêm sendo amplamente divulgadas na imprensa, o que nos faz crer que há transmissão de conhecimentos e penetração na consciência coletiva e conhecimento geral”, observou Barbuy.
A Reunião Magna da ABC 2009 adotou o tema Galileu e Darwin: luzes da ciência sobre onde estamos e o que somos. Também é comemorado em 2009 o Ano de Darwin, declarado pela União das Ciências Biológicas IUBS, por ocasião do bicentenário do nascimento de Charles Darwin e sesquicentenário da publicação de sua obra A origem das espécies, lembrou Beatriz. A Unesco e a ONU proclamaram 2010 o Ano da Biodiversidade.
A Academia Brasileira de Ciências tem um papel de liderança no avanço das ciências e a posição de liderança do Brasil em várias áreas da ciência mostra que tem sido acertada a atuação dos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, principalmente através do CNPq e Capes, assim como das Fundações de Amparo à Pesquisa. “Por apoiarem um número crescente de doutores, formando atualmente mais de 10.000 doutores/ano, esta é provavelmente a ação mais importante neste país, pois se pode considerar que todas as outras decorrem dela”, ressaltou a astrônoma.
Beatriz Barbuy concluiu com as boas vindas aos novos membros. “Agradeço a todos vocês pelo enriquecimento que trazem a essa Casa, e conclamo-os agora ainda mais a aplicar seus continuados esforços para a construção deste país”.

A bióloga destacou que esse ano, dentre os 18 novos membros brasileiros eleitos, seis são mulheres, ou seja, mais de 30%. “Esta é uma proporção não usual em relação aos anos anteriores, demonstrando que a força feminina de trabalho na área científica vem ganhando espaço no Brasil”. Célia enfatizou, porém, que todos os Membros da ABC juntos correspondem a 0,5% da força de trabalho da ciência brasileira. “Há, portanto, muito o que fazer. Mas mesmo sendo tão poucos, podemos contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento do país.”
A ciência brasileira vem avançando de forma significativa e no período presente recursos substanciais vêm sendo alocados em ciência, tecnologia e inovação, assim como na formação de recursos humanos. “É nossa missão também formar novos parceiros para a batalha educacional e científica. Somente atuando intensamente na formação de recursos humanos qualificados poderemos dar o salto de qualidade em educação básica de que o país tanto necessita”, observou Célia. “A ABC pode e deve contar conosco para levar adiante o compromisso de contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e o bem social do Brasil”, finalizou.