A Acadêmica Beatriz Leonor Silveira Barbuy abriu o simpósio, dizendo que 2009 foi declarado o Ano da Astronomia porque fazem 400 anos que Galileu observou o céu com uma luneta pela primeira vez. “O tema dessa Reunião Magna é Galileu pela Astronomia e Darwin pela união biológica”, esplicou a pesquisadora.

O Acadêmico João E. Steiner foi o primeiro palestrante da Reunião Magna 2009. Dentro do Simpósio O Universo de Galileu e o de Hoje, o astrônomo falou sobre o desenvolvimento dos telescópios, de Galileu até a ótica adaptativa. “Galileu foi o primeiro que apontou uma luneta para o céu e desde então a Astronomia nunca mais foi a mesma, foi um ato revolucionário”, destacou o Acadêmico.

A partir de então, os astrônomos aperfeiçoaram os instrumentos continuamente, produzindo uma ótica melhor, telescópios maiores, com maior área coletora. Mais recentemente, segundo Steiner, tem havido um aperfeiçoamento dos instrumentos – detectores, placas fotográficas, câmeras ccds e, finalmente, o estado da arte em que se encontram os telescópios está no desenvolvimento da ótica adaptativa, que faz com que as imagens possam ser perfeitas, corrigindo as imagens da turbulência atmosférica. “É uma história bonita, uma trajetória longa que mostrou para a humanidade de onde viemos, onde estamos e para onde vamos – que é a missão da Astronomia”, concluiu Steiner.

Steiner apresentou a astrônoma Thaisa Bergmann, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde cursou seu doutorado orientada pela Acadêmica Miriani Griselda Pastoriza. Hoje é especialista em observação de buracos negros super massivos, sobre o que tratou em sua palestra.

Ela descobriu um buraco negro na galáxia NGC 1097 com um disco relativístico muito bizarro. “Foi um episódio interessante, com a descoberta da emissão de um disco de acreção, um disco de matéria que foi gerado pela captura de uma estrela que passou muito próxima do buraco negro super massivo”, explicou Thaisa Bergmann. Estes, segundo a professora, ficam no centro da maioria das galáxias e em geral estão quietos. “Se uma estrelinha passar muito perto pode ser capturada e, no caso, eu vi a destruição dessa estrela e a formação do disco de acreção. É como se eu tivesse visto os gritos de despedida de uma estrela”, ilustrou Thaisa.

A professora tem trabalhado nos telescópios Gemini e Soar, instrumentos de ponta de projetos do qual o Brasil participa, cujo acesso é muito importante para a nossa Astronomia, segundo Thaisa. “Estou continuando a observação desses discos de acreção. Em meus últimos resultados, do Gemini, procuro evidência de material que está caindo em direção ao buraco negro até formar o disco de acreção, assim como evidência do material que é ejetado do disco de acreção, produzindo o que chamamos de efeito de feed-back na evolução da galáxia”. O objetivo de sua pesquisa é entender a interação do buraco negro com a galáxia na evolução do Universo.