O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Energia e Ambiente, coordenado pelo Acadêmico e Professor Titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Jailson Bittencourt, tem como objetivo superar os principais desafios da sociedade contemporânea: a produção de alimentos, o uso sustentável da água e a desigualdade entre as nações. Com sede no Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente da UFBA, o instituto é constituído por uma rede de pesquisa que estuda o impacto dos gases e dos materiais particulados que são emitidos na atmosfera dos espaços urbanos nacionais. “Desenvolver e incentivar a utilização de tecnologias limpas que visem o uso eco-eficiente da energia é uma das metas primordiais do INCT”, ressalta o coordenador.
Formado em Química pela UFBA e doutorado em Química Analítica Inorgânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Bittencourt especializou-se em Análises de Traços e em Química Ambiental através do pós-doutorado realizado no Brookhaven National Laboratory, nos Estados Unidos. O pesquisador, que é presidente e editor do Periódico Brasileiro da Sociedade de Química (JBSC), informa que o INCT de Energia e Ambiente é voltado para a qualificação dos recursos humanos e à inovação tecnológica. “A proposta é transferir o conhecimento da área para a sociedade e ampliar a interação do setor com as indústrias”, destaca o Acadêmico.
Analisar a preparação das fontes de energias sustentáveis, como os biocombustíveis, e pesquisar a valorização dos seus co-produtos são focos do instituto. “A rede pretende estudar a formulação e a certificação dos combustíveis fósseis e de origem biológica, assim como as misturas que reúnem os dois tipos”, acrescenta o Acadêmico, que é pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFBA. Firmar convênios com instituições – estrangeiras e nacionais – e incubar grupos de pesquisas e empresas são outras metas do INCT, que almeja aumentar o número de publicações, patentes e dissertações defendidas.
Trabalham no instituto, aproximadamente, 50 pesquisadores, 160 estudantes de pós-graduação e 50 de iniciação científica. Além da sede, compõem a rede de pesquisa a Universidade de São Paulo (USP); as estaduais de Londrina (UEL), da Bahia (Uneb), de Feira de Santana (UEFS), do Sudoeste da Bahia (UESB) e as federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Santa Catarina (UFSC) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Os estudos realizados no INCT são pioneiros, de elevada qualidade e possuem um padrão capaz de competir internacionalmente”, aponta Bittencourt.
De acordo com o professor, para enfrentar os desafios emergentes é necessário construir estruturas educacionais inovadoras que busquem a coerência intelectual e unifiquem a ciência e a educação. “Essas são as condições essenciais para a transformação radical da educação científica. Integrar as disciplinas da área com os campos de pesquisas depende do surgimento de novos profissionais, que tenham consciência da complexidade atual dos dilemas científicos e tecnológicos”, argumenta Bittencourt.
Segundo o coordenador, é preciso modificar a visão disciplinar convencional e reformular as instituições e os conceitos das atividades de ciência, tecnologia e inovação. Para ele, a configuração departamental moderna reflete a divisão disciplinar e impede que a sociedade avance para um sistema acadêmico onde predomine o ambiente multi e interdisciplinar. “Uma formação profunda e abrangente é fundamental para o estímulo da atuação em equipe e para a valorização dos trabalhos em redes”, conclui Bittencourt, que considera a integração do conhecimento uma condição essencial para a superação dos desafios modernos.