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Ciências Biomédicas | MEMBRO CORRESPONDENTE

Radovan Borojevic

(BOROJEVIC, R.)

16/11/1940
08/06/2005

Radovan Borojevic nasceu em 1940 perto de Zagreb, na Croácia, onde ele seguiu os estudos de letras clássicas e história natural na Universidade de Zagreb. Em busca de maiores oportunidades profissionais, ele se mudou para a França e continuou seus estudos na Universidade de Estrasburgo. Iniciou sua carreira científica com o Professor Claude Lévi, obtendo o seu Diplome dEtudes Supérieures em Estrasburgo, trabalhando com a diferenciação de células e morfogênese em organismos multicelulares primitivos, os Porifera. Seguindo o Professor Lévi, que se mudou para o Museu Nacional de História Natural de Paris, ele obteve o seu grau de Docteur ès Science pela Universidade de Paris em 1968. Sua tese lidou com mecanismos celulares de regeneração, e estabeleceu a presença de um único sistema primitivo de células tronco totipotentes na hierarquia de diferenciação de células de esponja. Tendo obtido a nacionalidade francesa através da naturalização, ele foi chamado para o serviço militar, realizado no Serviço Francês de Cooperação Científica e Técnica. Ele foi designado para a Universidade Federal de Recife, Pernambuco. Chamado para participar de estudos sobre os recursos naturais marinhos brasileiros pela Marinha Brasileira, ele participou em várias missões oceanográficas ao longo das costas americanas do Sul do Atlântico. Convidado a continuar seu trabalho no Centro Nacional de Pesquisa Naval no Rio de Janeiro, ele participou com o Almirante Paulo Moreira no planejamento e implementação da Estação Marinha de Cabo Frio e o Laboratório de Biologia Experimental no Rio de Janeiro. Ele foi chamado subseqüentemente pelo Serviço de Cooperação Francês para se encarregar do projeto Franco-Brasileiro de estudos em medicina tropical, baseado em Salvador, Bahia, envolvendo os centros de Lille e Lyon do Instituto Pasteur e várias Universidades brasileiras. Depois de entrar novamente em contato com a vida acadêmica na Universidade Federal da Bahia, decidiu voltar a se dedicar à vida acadêmica e à pesquisa científica. Estabeleceu então um novo programa de cooperação entre o Instituto Pasteur de Lyon e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde decidiu finalmente se estabelecer no Departamento de Bioquímica do Instituto de Química. Ele se ocupou de estudos em biologia celular, patologia, imunologia e aspectos bioquímicos da diferenciação normal e patológica de células. Tornou-se Professor Adjunto em 1987 e Professor Titular em 1994 na UFRJ. Em paralelo às suas atividades acadêmicas, participou do desenvolvimento do BioRio Parque Biotecnológico da UFRJ, lidando com tecnologia celular. Fundou em 1980 o Banco de Células do Rio de Janeiro. Este foi o ponto de partida do Serviço Autólogo de Transplante de Medula Óssea da UFRJ, e o começo do seu crescente envolvimento em pesquisa biomédica. Por conseguinte mudou-se para o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. O conhecimento adquirido por seu grupo na manipulação de células humanas levou à medicina regenerativa que usa terapias celulares em cirurgias reparadoras, ortopedia e cardiologia. Como fundador e diretor do Programa Avançado de Biologia Celular Aplicada à Medicina, ele estabeleceu uma colaboração extensa com os hospitais públicos e privados no Brasil, propondo e executando estudos pioneiros em terapias celulares de doenças cardíacas graves, doenças vasculares e degenerativas, e em cirurgias reparadoras. Estudos básicos paralelos em patologia e biologia celular são agora feitos nas Universidades Federais de Salvador, Bahia, e Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Além disso, estudos aplicados abordam terapias e tecnologias de biomateriais usados na medicina regenerativa. O objetivo principal de seu trabalho hoje em dia é a “ciência translacional”, que liga as atividades acadêmicas e a pesquisa científica em medicina, saúde e as tecnologias biomédicas necessárias, com estudos pré-clínicos e clínicos que buscam melhorar a qualidade da vida de pacientes. Um das preocupações principais é a preparação dos recursos humanos necessários para o desenvolvimento da medicina moderna.