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Ciências da Engenharia | MEMBRO TITULAR

Martin Schmal

(SCHMAL, M.)

07/07/1937
Brasileira
14/06/2000

Nascido na Alemanha e acolhido no Brasil como refugiado criamos família e raízes. Formado em S. Paulo como Engenheiro Químico pela PUC-SP em 64, fiz o mestrado na COPPE em 65 e logo após o doutorado na T.U.Berlin em final de 1970. No retorno, iniciei as atividades na COPPE e na Escola de Química, onde segui a carreira acadêmica desde 1971, com uma pequena fase na Industria Gessy-Lever em S.Paulo. Em 76 fui promovido a professor titular da COPPE. e em 85 prestei concurso público para professor Titular na Escola de Química de UFRJ. Os resultados podem ser observados pelas 90 teses de mestrado e doutorado orientadas, 85 trabalhos científicos publicados em revistas especializadas internacionais, além dos 262 trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais.
Como professor, semestralmente e ininterruptamente venho lecionando os cursos de Cinética e Reatores para alunos de graduação na Escola de Química e criando além disso o curso de Catálise para a Graduação. Na pós-graduação criei e sistematicamente leciono os cursos de Catálise Heterogênea e de Projeto de Catalisadores.
Importantes convênios e intercâmbios nacionais e internacionais foram estabelecidos, visando aprimoramento e constante contato com o exterior, destacando-se os da França- R.Frety (IRC/CNRS/CNPq), Estados Unidos (G.Somorjai-Berkeley, C.Campbell-Seatle e A.M.Vannice-Pennstate) através do NSF/CNPq), Alemanha – H.Freund (Max Plank-F.Haber), e Argentina- (E.Lombardo- Santa Fé e A.Yeramian- La Plata ) através do programa Conicet/CNPq.
Marco importante foi a criação do Núcleo de Catálise – Centro de Excelência na COPPE.
Fui editor científico do Applied Catalysis por dois períodos de 4 anos cada, desde 1990 e continuo como representante na IUPAC na área de Cinética. Fui coordenador do Programa de Engenharia Química da COPPE por um periodo de 2 anos (97-98). Fui coordenador da Comissão de Catálise do IBP por tres anos (96-98) onde formalizamos a criação da Sociedade Brasileira de Catálise.
Dentre os vários feitos destacam-se na minha vida profissional a criação do Núcleo de Catálise, a formação do Programa Nacional de Catálise e a Sociedade Brasileira de Catálise, detalhados a seguir:

NÚCLEO DE CATÁLISE da COPPE
Este Núcleo de Catálise foi criado pela COPPE- Programa de Engenharia Química em 1992, quando fui indicado coordenador.
No início da década de 70 houve um apelo muito grande para a formação de laboratórios que assim iniciassem suas atividades científicas voltadas para experimentos e assim pudessem criar núcleos de especialistas. Esta necessidade era mais evidente quando houve o grande impulso da indústria Nacional na área de Química e de Metalurgia, visando desenvolver tecnologias novas, mas principalmente acompanhar tecnologias recém introduzidas no parque industrial brasileiro. [Appl.Cat.A,247(1996)].
A crescente demanda de novas tecnologias fez surgir a necessidade de implementar o conhecimento básico do desenvolvimento tecnológico bem como a formação de pessoal de excelência. A COPPE foi a primeira a entender essa necessidade e já iniciou suas atividades científicas e técnicas na década de 60, que rapidamente se consolidava no cenário Nacional como instituição-modêlo da Pós Graduação em Engenharia
O Núcleo de Catálise (NUCAT) do Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, foi criado oficialmente em 1992, constituindo-se num centro de excelência para o desenvolvimento de pesquisas fundamentais e aplicadas, visando formar pessoal altamente qualificado em diferentes áreas e técnicas, prestar serviços relevantes à indústria Química Nacional e servir de apoio a grupos universitários e centros de pesquisa nacionais. A produtividade do NUCAT pode ser atestada por mais de 20 projetos, pela formação de mais de 100 alunos de mestrado e doutorado, e aproximadamente (300) publicações em revistas e congressos nacionais e internacionais. Desenvolve-se um dos projetos mais avançados atualmente, com estudos mais fundamentais em Catálise. O projeto “Superfícies e Catálise” coordenado por mim foi aprovado em terceiro lugar no PRONEX I (Programa Nacional de Excelência) em concorrência nacional.
Finalmente, o NUCAT também intensificou o desenvolvimento de projetos de natureza tecnológica e a prestação serviços, buscando, através da contratação de trabalhos com indústrias, uma autonomia orçamentária. Marcante foi a aprovação de diferentes projetos institucionais, em particular o RECOPE, RECAP e PADCT-II/III, e ANP com a participação de empresas.

OUTRAS ATIVIDADES EXTERNAS

Programa Nacional de Catálise – Pronac
A iniciativa do CNPq de apoio a Química no Brasil (Programa Nacional de Química) no início da década de 80, resultou na formação de vários grupos, inclusive a Catálise. Fui convidado pelo CNPq a coordená-lo, formalizando em 1983 o designado Programa Nacional de Catálise (Pronac). Este programa teve como objetivo central criar e estruturar diferentes grupos de catálise em Universidades Brasileiras, preocupados com a formação de pessoal qualificado e desenvolvimento de pesquisas fundamentais. (Pronac I a IV) Este programa também foi importante para o intercâmbio com as Universidades do exterior, que contribuíram significativamente para o sucesso deste programa, através de troca de pesquisadores e alunos.

Sociedade Brasileira de Catálise
Em 1980 junto com o Dr. Leonardo Nogueira formalizamos um pedido de criação de um Comitê de Catálise junto ao Instituto Brasileiro de Petróleo. Com esta iniciativa iniciamos as nossas atividades de catalisar um programa de conscientização e de coordenação das atividades de catálise no Brasil, em particular com a industria brasileira. Houve grande participação das Universidades e sem dúvida das empresas que conheciam bem as atividades de catálise no país. Formou-se assim a primeira Comissão de Catálise no Brasil. O resultado mais importante foi a realização a cada dois anos do Seminário (atualmente Congresso) Brasileiro de Catálise nas diferentes regiões do país. Além disso, foram programados cursos básicos de Catálise com a industria. Esta comissão foi bem sucedida e por iniciativa da comunidade tornou-se independente formando a Sociedade Brasileira de Catálise, contando com cerca de 200 sócios individuais e 6 empresas, sendo eleito presidente da Sociedade em 1998.