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Julio Cezar Melatti
(MELATTI, J. C.)
Filho de Ricardo Melatti e Adelaide Nicolay Melatti, nasceu em Petrópolis, RJ, em 1938. Cursou o Ginásio e o Clássico no colégio estadual e a graduação em Geografia e História na faculdade católica da mesma cidade. Seus professores de Geografia, História e Antropologia eram de universidades e instituições de pesquisa sediadas na cidade do Rio de Janeiro. Por sugestão de sua professora de Antropologia, Maria Lais Mousinho Guidi, submeteu-se ao exame de seleção para o Curso de Especialização em Antropologia Cultural, ministrado pelos professores Roberto Cardoso de Oliveira e Luiz de Castro Faria, no Museu Nacional. Dentre as atividades programadas nesse Curso, constava um período de treinamento em pesquisa de campo, o que cumpriu, acompanhando como auxiliar o antropólogo Roberto da Matta na sua pesquisa como os índios Gaviões, do Pará, por cerca de três meses, em 1961. Findo o Curso, foi incluído nas programações do projeto “Estudo de Áreas de Fricção Interétnica do Brasil”, de Roberto Cardoso de Oliveira, e do “Harvard-Central Brazil Research Project”, dirigido por este mesmo pesquisador junto com David Maybury-Lewis, da Universidade de Harvard. Atendendo aos dois projetos realizou seis etapas de pesquisa com os índios Craôs, na parte de Goiás que viria posteriormente constituir o Estado do Tocantins, num total de 15 meses de campo entre 1962 e 1971. Os dados entre eles coletados lhe permitiram, entre outros textos, escrever os livros “Índios e Criadores”, “O Messianismo Krahó”, “Ritos de uma Tribo Timbira”, além de elaborar sua tese de doutorado, “O Sistema Social Krahó”, defendida em 1970 na USP, com a orientação de João Baptista Borges Pereira. Após a pesquisa com os Craôs, já como professor da Universidade de Brasília, realizou trabalho de campo com os índios Marubos, do sudoeste do Estado do Amazonas, num total de oito meses, entre 1974 e 1983. O material coletado entre estes possibilitou a elaboração de alguns artigos, além de cooordenar e redigir o volume “Javari”, da coleção “Povos Indígenas no Brasil” do Centro Ecumênico de Documentação e Informação, publicado em 1981. Na Universidade de Brasília ofereceu disciplinas da graduação e na pós-graduação, tendo orientado uma tese de doutorado e 23 de mestrado, principalmente sobre temas relacionados culturas indígenas e contato interétnico. Envolveu-se em várias atividades em prol da divulgação de conhecimentos antropológicos, de que é exemplo o livro “Índios do Brasil”, com nove edições em português, a última atualizada e amplicada, pela Editora da USP, em 2007, além de uma em espanhol. Nos últimos anos, após a aposentadoria, tem se dedicado a cursos de extensão, com elaboração de apostilas, sobre índios da América do Sul, da América do Norte e mitologia indígena. Prepara atualmente um curso sobre índios Timbiras.