Maria Augusta Arruda tem 32 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Ela conta que quando criança gostava de misturar talco com perfume e outros ingredientes caseiros que encontrasse. Mais tarde teve como brinquedo predileto um kit de laboratório químico e posteriormente encantou-se com uma série do programa Globo Repórter sobre Engenharia Genética, que a fez buscar um caminho que a levasse a algo parecido.

Cursou ensino médio em Escola Técnica com formação em Biotecnologia e graduação em Ciências Biológicas na UERJ, onde concluiu em seguida o doutorado em Biociências Nucleares. Em 2003, recebeu o Young Investigator Travel Award. Em 2005, ganhou o Prêmio Jovem Talento de Ciências da Vida, da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) e da GE Health Care.

Atuando como pesquisadora visitante do Departamento de Farmacologia da UERJ e pesquisadora da Fiocruz, Maria Augusta pesquisa a atividade da enzima NADPH Oxidase, responsável pela geração de radicais livres em diferentes situações patológicas como inflamações, doenças vasculares e câncer. Seu estudo busca delimitar as patologias nas quais a quantidade de radicais livres está aumentada, vislumbrando no futuro um tratamento pautado na atividade desta enzima.

Esta foi a terceira vez que a cientista concorreu ao Prêmio para Mulheres na Ciência L’Oréal-Unesco-ABC. A cada vez que não era escolhida dedicava-se a trabalhar mais no projeto para torná-lo mais robusto e competitivo, até que este ano foi uma das contempladas, o que faz dela um exemplo de persistência e força de vontade para atingir seus objetivos.

Durante a cerimônia, Maria Augusta falou em nome das premiadas de 2008. Num discurso emocionado, agradeceu aos familiares de todas, que certamente tiveram papel fundamental no sucesso das jovens cientistas premiadas, com seu apoio incondicional e compreensão. Agradeceu também aos orientadores que as inspiraram, estimularam seu crescimento profissional lhes ensinando a não tolherem suas iniciativas criativas nem as de seus orientandos.

Maria Augusta finalizou elogiando a iniciativa do Programa que, em sua opinião, ao preconizar que o mundo precisa da ciência e a ciência precisa das mulheres está preconizando a integração, promovendo uma união de singularidades em busca de melhor qualidade de vida para a humanidade. “Essa premiação é sem dúvida um divisor de águas em nossas carreiras, esse selo de qualidade que estamos recebendo certamente nos abrirá muitas portas.”