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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Vivian Mary Barral Dodd Rumjanek

(RUMJANEK, V. M.)

04/06/1947
Brasileira
08/06/2005

Vivian M. Rumjanek nasceu no Rio de Janeiro em Junho de 1947. Seus pais, Martin Barral, um escultor espanhol e sua mãe inglesa, Sylvia Dodd de Barral, proporcionaram a ela e aos dois irmãos uma infância cercada de artes plásticas, livros e uma grande felicidade. A ciência apareceu mais tarde. Em 1966 entrou para o Curso de Ciências Biológicas – Modalidade Médica da então Universidade do Estado da Guanabara (hoje UERJ). Na faculdade, em 1967 quando fazia um estágio no Instituto Nacional de Câncer, conheceu o Prof. Nelson Vaz que conseguiu fazer da Imunologia um campo de perguntas instigantes e fascinantes. A partir desse momento não houve mais volta e a imunologia passou a fazer parte de sua vida. Com Nelson Vaz, Mauricio Monteiro e Sylvio Thales Torres viveu a criação do primeiro curso de Imunologia do Brasil que não estava atrelado à Microbiologia, nele se estudava a fisiologia do sistema imune e não a “resposta” a microorganismos. Seus dois primeiros artigos e seu amor pela ciência são a herança dessa época.
Em meados de 1970 foi para Londres estagiar no Kennedy Institute for Rheumatology. Realizou seu mestrado e doutorado em Londres, Inglaterra, o primeiro no Kennedy Institute for Rheumatology, sob a orientação de D. C. Dumonde, e mais tarde no Saint Mary`s Hospital Medical School tendo terminado seu doutorado pela University of London em 1976 sob a orientação de Leslie Brent, estudando o papel modulador de reações inflamatórias na resposta imunológica.
Como resultado de interações iniciadas no doutorado e dentro da mesma linha de pesquisa foi convidada a uma posição de pós-doutorado por Mark Pepys na Royal Postgraduate Medical School, também em Londres. Em 1980 ingressou como Lecturer no Cardiothoracic Institute no Clinical Pharmacology Department chefiado por John Morley. Durante esse período continuou estudando o papel da inflamação e drogas anti-inflamatórias na resposta imune e em um modelo de doença auto-imune, a encefalomielite alérgica experimental (EAE).
Em agosto de 1983 voltou definitivamente ao Brasil indo trabalhar no Centro de Pesquisa Básica do Instituto Nacional de Câncer (INCA) onde ficou por quase 10 anos. Com o falecimento de Hugo Castro Faria assumiu a chefia do Centro de Pesquisa Básica do INCA e mais tarde organizou a Coordenadoria de Pesquisa do INCA, reunindo todo o trabalho de pesquisa daquela instituição. Para se adaptar a posição no INCA e trabalhar em imunologia e câncer, iniciou no Brasil estudos sobre a atividade NK (natural killer), envolvendo trabalhos de pesquisa básica e pesquisa aplicada. Também iniciou estudos sobre mecanismos de resistência a múltiplas drogas (MDR), um dos principais entraves terapêuticos ao tratamento do câncer.
No final de 1992 mudou-se para o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em 1998 passou a Profa. Titular do então Departamento de Bioquímica Médica da UFRJ (hoje Instituto de Bioquímica Médica). Mesmo tendo mudado seu laboratório para a Universidade continuou orientando e colaborando com profissionais da área clinica, buscando criar uma ponte de intercâmbio entre as áreas de pesquisa básica e clínica/aplicada. Recentemente idealizou e organizou o Programa de Oncobiologia, um programa interinstitucional de pesquisa, ensino e divulgação em câncer. Sua mudança para a UFRJ intensificou o trabalho iniciado no INCA sobre a resistência a múltiplas drogas, agora mais direcionado para o papel de moléculas MDR em células normais do sistema imune. Voltou também a estudar a modulação do sistema imune, agora mais especificamente pela ouabaína. Além de seus trabalhos nas áreas de imunologia e câncer, possui grande interesse na área de história da ciência tendo estudado o desenvolvimento da imunologia brasileira e publicado artigos sobre esse tema. Também tem colaborado nas áreas de ensino e divulgação científica com publicações nessas áreas.
Sempre se preocupou muito com a formação de recursos humanos e esta preocupação se reflete no número de 20 mestres e 22 doutores formados por ela nestes 22 anos no Brasil.
É membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, onde exerceu a função de 2o Secretário em duas ocasiões (1985-1987 e 1993-1995). Também é membro da British Society for Immunology desde 1974 e da Academia Brasileira de Ciências (como membro Associado) desde 1997. No período 1998-2000 exerceu a função de representante da Imunologia no Comitê Assessor do CNPq.