Em 2018, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) assinou um convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em que foram garantidos recursos para a promoção da cooperação bilateral do Brasil com a China e com a Índia. O objetivo do projeto é abordar assuntos científicos e tecnológicos prioritários de interesse comum ao Brasil e aos dois países, visando atividades científico-tecnológicas para a produção de pesquisas conjuntas com os cientistas chineses e indianos, em benefício das nações envolvidas. Além disso, o convênio incentiva o desenvolvimento de C&T através de diversas ações de disseminação, articulação, cooperação e difusão da ciência brasileira no cenário nacional e global, buscando a promoção do conhecimento e o aumento da participação de cientistas brasileiros internacionalmente.

Já em 2019, a ABC e a Academia Nacional de Ciências da Índia (Insa) se engajaram em uma negociação com o intuito de dar continuidade ao acordo entre os dois países. Neste sentido, em fevereiro de 2019, ABC e Insa assinaram uma carta de intenção, que reativa a validade do Memorando de Entendimentos (MoU) original entre as duas Academias (assinado em 1996). Passado o período de troca de documentação entre as partes, teve início a organização de uma reunião/workshop sobre Ciências Matemáticas, coordenada, pelo lado brasileiro, pelo Acadêmico Marcelo Viana. Inicialmente prevista para 2020, a atividade precisou ser adiada em virtude da pandemia de Covid-19. Assim que possível do ponto de vista sanitário, as atividades de cooperação serão retomadas e será estabelecido o contato com o Departamento de Ciência e Tecnologia (DST) da Índia com o objetivo de se conseguir maior apoio e robustez para a colaboração bilateral entre os dois países.

Histórico

O Acordo de Cooperação Brasil-Índia na área de Ciência e Tecnologia e a instituição de seu Conselho Científico têm origem no Memorando de Entendimentos assinado entre os governos brasileiro e indiano elaborado durante a primeira reunião da Comissão Mista Brasil-Índia, realizada em Nova Deli nos dias 20 e 21 de outubro de 2003. O documento classifica como áreas prioritárias a Biotecnologia, as Ciências do Mar, a Tecnologia dos Materiais, a Metrologia e a Tecnologia da Informação.

O Conselho – em sua parte brasileira – foi designado por Portaria do Ministro de Estado de Ciência e Tecnologia em 23 de janeiro de 2004. Cada governo designou um presidente, um coordenador para cada área além de representantes de organizações nacionais diretamente interessadas nas áreas prioritárias.

A atuação conjunta do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério das Relações Exteriores e da Academia Brasileira de Ciências inaugurou uma nova era, onde a Ciência, a Tecnologia e a Inovação passaram a ser reconhecidas como instrumentos fundamentais da política externa brasileira. Ao atribuir ao presidente da ABC e seus membros a responsabilidade de traduzir em programas, projetos e atividades os termos do acordo, o Ministério da Ciência e Tecnologia reafirmou o compromisso de mobilizar os cientistas brasileiros para participarem efetivamente dos esforços governamentais.

Nos anos de 2007 e 2008, foram realizadas atividades nas áreas de fármacos, nanomateriais, ciências biomédicas, computação, física e matemática. Veja os eventos realizados a partir de 2009 através do Acordo de Cooperação Brasil-Índia na área de Ciência e Tecnologia nos Relatórios de Atividades da ABC:

Relatório de atividades da ABC 2013 (pág. 36)
Relatório de Atividades da ABC 2012 (pág. 48)
Relatório de Atividades da ABC 2011 (pág. 44)
Relatório de Atividades da ABC 2010 (pág. 38)
Relatório de Atividades da ABC 2009 (pág. 53)