O Acadêmico Luiz Carlos Dias publicou um vídeo em seu canal do Youtube no qual esclarece as diferenças entre os testes existentes no mercado para detectar infecção pelo Sars-Cov-2, sendo eles: teste RT-PCR, teste rápido de antígeno e o autoteste. Dias é professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e bolsista 1A do CNPq. Ganhou notoriedade durante a pandemia pelo trabalho no combate à desinformação acerca do coronavírus, principalmente através de suas publicações no Jornal da Unicamp.

Segundo ele, a testagem é algo fundamental para controle da pandemia, pois apenas através dos testes é possível contabilizar casos e monitorar pessoas possivelmente infectadas. Dias defende que, ainda hoje, é importante que pessoas sintomáticas e/ou positivadas mantenham o isolamento social, a fim de evitar o surgimento de novas variantes: “As pessoas precisam entender que endemias e pandemias são problemas coletivos, e não questões individuais. As vacinas não irão fazer milagres.”

Dias esclarece que o tempo que o vírus permanece ativo no corpo depende da carga viral com a qual o infectado entrou em contato, além de avaliar informações como: status vacinal, idade e saúde prévia. “Olha que legal!”, comenta o professor. “As pessoas vacinadas ficam menos tempo com o vírus no corpo; além disso, elas possuem uma carga viral menor, ou seja, transmitem menos o vírus. O Sars-Cov-2 sofre menos mutações em pessoas vacinadas do que em pessoas não vacinadas.” 

Confira o que o especialista afirmou sobre cada um dos testes:

Teste RT-PCR: é feito através de solicitação do exame pelo médico e pode ser encontrado nas redes pública e privada de saúde. Requer um equipamento adequado para ser realizado e, também, para apontar um resultado. O teste é realizado por um profissional treinado da saúde que, utilizando um swab, coleta amostras de secreções de respiratórias (nariz e boca). Este modelo de teste identifica RNA viral presente nas secreções. É considerado padrão ouro pela OMS, pois detecta material genético do vírus em qualquer fase. É um teste muito sensível, que identifica qualquer estrutura do vírus, mas não aponta se ele ainda está sendo transmitido ou não. “Ou seja, uma pessoa que teve covid pode apresentar o teste por semanas a mais, porque ele identifica pedacinhos de vírus, mas isso não quer dizer que ela ainda está transmitindo. Deve ser interpretado junto com histórico clínico, com os sintomas e os resultados de exames”, explica Dias. 

Teste rápido de antígeno (TR-AG): este teste também pode ser feitos em unidades de saúde ou após pedido médico. É feito em pessoas já com sintomas e também utiliza o swab para coletar material. Esse teste se diferencia do TR-AG por poder ser realizado fora dos laboratórios, o que permite um resultado em torno de 20 minutos. O químico comenta sua eficácia: “É uma forma bem objetiva de saber se a pessoa infectada está transmitindo ou não o vírus, pois detecta a replicação viral, quantas cópias do vírus estão sendo feitas no organismo. É muito útil entre o 1º e o 7º dia de caso de covid.”

Autoteste: similar a um teste de gravidez, pode ser encontrado nas farmácias e pode ser feito por conta própria. Funciona basicamente do mesmo jeito que o teste rápido de antígeno, no entanto, por não ser feito por um profissional, pode oferecer resultados equivocados. Seu diagnóstico não é definitivo, mas sinaliza que a pessoa pode ter contraído a doença. No caso de assintomáticos, pode ser feito a partir de 5 dias após contato com alguém positivado.

Assista ao vídeo completo: