Em 2020, o mundo viu emergir a pandemia de COVID-19 e a corrida por vacinas capazes de frear esta doença nova e letal. Novos imunizantes foram desenvolvidos em tempo recorde, após grandes investimentos em recursos humanos e financeiros. A obtenção das vacinas contra a COVID-19 foi uma grande conquista da ciência, e uma demonstração prática de como a pesquisa científica pode responder de forma ágil a demandas globais urgentes.

Mas esta não foi a primeira ocasião em que as vacinas fizeram a diferença na história da humanidade. Pelo menos desde o século 18, vacinas são uma das principais armas que temos no combate a uma grande variedade de doenças. Elas são capazes de prevenir não apenas o adoecimento da população, mas também as consequências econômicas dele decorrentes. Investir no desenvolvimento e na produção de vacinas é, portanto, investir no futuro do Brasil.

O Grupo de Trabalho sobre Vacinas (GT – Vacinas) da Academia Brasileira de Ciências, coordenado pelo vice-presidente da ABC para a região Minas Gerais e Centro-Oeste, Mauro Martins Teixeira, lança em 13/4 uma revista intitulada Vacinas para o Brasil, durante webinário que será realizado nesta data. 

Além do coordenador, o GT-Vacinas é composto pelos cientistas Alvaro Toubes PrataCélio Lopes SilvaHelder NakayaHelena B. NaderJoão Batista CalixtoJorge Elias Kalil Filho, Luis Carlos de Souza Ferreira e Ricardo Gazzinelli. A assessoria técnica é do gerente administrativo da ABC, Fernando Carlos Azeredo Verissimo.

O texto aponta que um dos maiores legados da pandemia de COVID-19 será a demonstração prática de capacidade da comunidade científica brasileira de lidar, de forma rápida e coordenada, com as emergências sanitárias causadas por novas infeções.

O sucesso dessa resposta depende do desenvolvimento de novas vacinas baseadas em plataformas tecnológicas conhecidas, em centros de pesquisa multidisciplinares que disponham de infraestrutura adequada e que contem com suporte financeiro de longo prazo.

Este é um caminho que deve ser trilhado pelo Brasil e outros países que almejam autonomia nesta área, com uma política de Estado de longo prazo para financiar a pesquisa e a inovação em saúde.