O editor de notícias on-line da revista Science, David Grimm, publicou, em 18/12, uma seleção das histórias de ciência favoritas de 2020, da edição “não-COVID-19”, dado que o tema da pandemia dominou o noticiário científico durante todo o ano.

Entre as matérias selecionadas, a primeira é de Elizabeth Pennisi, sobre um trabalho do grupo do membro afiliado da ABC Jônatas Abrahão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em tradução livre, Pennisi afirma que “vírus são as coisas mais estranhas da Terra. Eles estão entre as menores formas de vida conhecidas e como não podem sobreviver e reproduzir sem um hospedeiro, alguns cientistas questionam até se eles podem ser considerados formas de vida. Agora, cientistas descobriram um com genes não reconhecidos, o que o torna o mais estranho de todos”.

O Yaravirus (manchas escuras) infecta amebas e seus genes são totalmente novos (J. ABRAHÃO e B. LA SCOLA/IHU-Marselha/Centro de Microscopia da UFMG)

A descoberta mostra “o quanto ainda temos que entender sobre vírus”, disse um dos pesquisadores, o virologista Jônatas Abrahão, da UFMG.

Abrahão fez sua descoberta enquanto procurava vírus gigantes. Estes micróbios, alguns do tamanho de uma bactéria, foram descobertos em amebas, em 2003. Num lago artificial local Jônatas e seus colegas encontraram não só novos vírus gigantes como também um vírus que, por conta de seu tamanho pequeno, não infectaria amebas. Eles o chamaram de Yaravirus, por ter sido encontrado na água e Yara ser “a mãe de todas as águas”, na mitologia tupi-guarani.

E o tamanho não era a única coisa estranha no Yaravirus. Ao sequenciar seu genoma, nenhum dos seus genes tinha sido identificado por cientistas anteriormente. O grupo publicou seu trabalho na Plataforma de preprint bioRxiv.

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