Leia a matéria de Ana Lucia Azevedo para o jornal O Globo, publicada em 12/6:

As primeiras imagens do Sars-CoV-2 em ação dentro de células infectadas obtidas com microscopia eletrônica revelaram novas informações sobre os mecanismos usados pelo vírus para se espalhar pelo corpo e causar a Covid-19. O estudo, pioneiro no mundo, reuniu pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP) e indicou que ele usa mecanismos até agora desconhecidos em coronavírus para atingir diferentes órgãos.

Além de abrir caminho para entender melhor como a Covid-19 se agrava, a pesquisa permite avançar na pesquisa de alvos farmacológicos, drogas que realmente destruam o vírus. A microscopia eletrônica de varredura possibilitou mergulhar no campo de batalha entre o Sars-Cov-2 e as células invadidas. De tão pequeno, ele é invisível para os melhores microscópios óticos.

Em média, os cientistas ampliaram as imagens mais de 80 mil vezes, uma delas chegou a 229 mil amplificações; mais do que isso, perde-se a resolução, explica o principal autor do trabalho Lucio Ayres Caldas, do Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer e do Núcleo Multidisciplinar de Pesquisas em Biologia, ambos da UFRJ.

– Encontramos indícios de que as células infectadas fazem uma espécie de projeção, nanotubos, aderem umas às outras e o coronavírus se propaga assim também – explica Wanderley de Souza [membro titular da ABC], do mesmo laboratório de Caldas, também autor do estudo e um dos decanos da ciência brasileira.

O trabalho é parte de um projeto maior apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e emprega alguns dos equipamentos mais modernos do Rio de Janeiro, como os microscópios eletrônicos de varredura do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), na UFRJ. Também é imprescindivel o laboratório de segurança de nível 3 (NB3) do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, coorderdenado por Amílcar Tanuri [membro titular da ABC], um dos autores do estudo.

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