Em reunião realizada em Pequim (China), em 10 de dezembro, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, e o vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências, Jie Zhang, responsável pela área de cooperação internacional, discutiram o estabelecimento de um Memorando de Entendimento entre as instituições, visando estimular e promover a cooperação científico-tecnológica entre os dois países. O encontro contou com a presença do diretor geral do Bureau de Cooperação Internacional da Academia Chinesa de Ciências, Jinghua Cao, do Diretor da Divisão de Relações com as Américas e Oceania, Sun Hui, da Acadêmica Elisa Reis e do assessor técnico da ABC, Marcos Cortesão.
Na reunião, foi destacado que já existe uma tradição de cooperação entre o Brasil e a China, envolvendo diversos cientistas e institutos de pesquisas. O lado chinês lembrou que as duas Academias já tiveram no passado um Memorando de Entendimento, manifestando forte interesse em desenvolver uma nova parceria.
Uma das vertentes da cooperação discutida na reunião seria a realização de workshops bilaterais em áreas e temas de interesse comum. A ideia é que se identifiquem um ou dois temas prioritários por ano, em torno dos quais os workshops seriam realizados. Áreas potenciais inicialmente indicadas foram: ciências biológicas e biotecnologia; nanotecnologia; biodiversidade; ciências agrárias; mudanças climáticas; matemática; e computação.
Outra proposta apresentada pelo lado chinês é o intercâmbio de cientistas. Seria criado um programa de mobilidade, em que o país anfitrião fica responsável pelo financiamento das despesas locais e o país de origem do pesquisador fica responsável por custear a passagem aérea. Este foi o modelo que prevaleceu no protocolo de cooperação existente anteriormente, que foi descontinuado pela ABC.
A Academia Chinesa de Ciências também solicitou que a Academia Brasileira ajudasse na divulgação do “CAS President’s International Fellowship Initiative (PIFI)”: programa voltado para atração de talentos internacionais que tenham interesse em desenvolver cooperação científica com a China. A iniciativa oferece oportunidades e bolsas para pesquisadores seniores, pesquisadores visitantes e pós-docs. Veja mais informações aqui.
A partir da discussão exploratória realizada, as duas Academias ficaram de estabelecer consultas internas para dar prosseguimento às conversas, com vista à implementação da parceria.