Nascido em Coronel Bicaco (RS), município de 7 mil habitantes a 400 km da capital gaúcha, Porto Alegre, Jackson Damiani Scholten é um dos membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências eleitos para o período de 2015 a 2019.
Pós-doutor em química, Scholten é o filho mais velho de um ex-agente administrativo da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) e de uma professora do Estado, hoje aposentados. Sua irmã mais nova, atualmente, estuda medicina veterinária.
Na infância, o gaúcho gostava de jogar futebol, vôlei e basquete. Suas matérias preferidas na escola eram matemática, ciências e educação física.Na adolescência, foi para Curitiba fazer o ensino médio e, nessa época, começou a se interessar por química e decidiu que queria trabalhar na área. “A química é uma área com diversas possibilidades de atuação, desde o ensino e pesquisa em universidades ou escolas até a indústria”, afirma.
Ingressou então no curso de química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, logo no primeiro semestre, começou a fazer iniciação científica com o Acadêmico Jairton Dupont. Nessa época, Scholten conta que aprendeu a trabalhar no laboratório, participou de congressos e encontros científicos e desenvolveu a prática de revisão de trabalhos científicos publicados. “A vontade de fazer pesquisa veio deste ambiente propiciado pela iniciação científica, juntamente com os incentivos e ensinamentos do professor Dupont”, conta.
Nanopartículas para o futuro
Após o bacharelado em química, Scholten fez mestrado na área de nanotecnologia e líquidos iônicos no Laboratório de Catálise Molecular e, ao término do mestrado, iniciou o doutorado na mesma área, sempre orientado pelo Acadêmico Jairton Dupont. “A época de pós-graduação foi muito proveitosa, pois consegui desenvolver diversos trabalhos científicos e realizar parcerias com pesquisadores do próprio instituto, de outras universidades do Brasil e também no exterior”, comenta.
Sua pesquisa visava preparar nanopartículas metálicas para servirem de catalisadores em reações químicas, como o refino do petróleo. “O interesse em pesquisas nas áreas de nanotecnologia e líquidos iônicos tem aumentado significativamente nos últimos anos, o que pode ser justificado pelo grande potencial de aplicação destes materiais em nível acadêmico e industrial”, relata o pesquisador.
Recompensa
Para Scholten, o título de membro afiliado na Academia Brasileira de Ciências (ABC) fez valer todo o seu trabalho como cientista até aqui. “Para mim, é uma honra ter sido eleito para fazer parte da ABC e sinto orgulho de integrar este seleto grupo de cientistas”, diz o jovem pesquisador.