Compreender o processo evolutivo dos nativos americanos, população menos estudada no mundo do ponto de vista genético, é o foco da cientista Tábita Hünemeier.
Aos 35 anos, Hünemeier é graduada em ciências biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cursou o mestrado em genética e biologia molecular e o doutorado também nesta área na mesma instituição, sendo parte deste desenvolvida na University College London (Reino Unido).
Em sua pesquisa, desenvolve um projeto que busca elucidar as bases genéticas de algumas características morfológicas dessa população, isto é, tenta encontrar quais conjuntos de variações de genes estão levando as características que diferenciam fisicamente os americanos das populações de outros continentes.
O objetivo da pesquisadora é entender melhor as questões relacionadas à evolução e saúde desse povo e saber ainda como ocorreu o povoamento neste continente. “Ainda não sabemos quais são as mutações que levam a diferenças entre os nativos americanos e as populações de outros continentes. É isso o que pretendo descobrir”, explica.
Interessada por genética desde a adolescência, Tábita ficou surpresa ao conquistar o prêmio. “Sou professora na USP há apenas sete meses e fiquei muito feliz com a premiação e a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, afirma. “Essa visibilidade é importante, pois, em muitas áreas, ainda é complicado para a mulher ingressar na ciência”, ressalta.