Coordenado pelo Acadêmico e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Cid Bartolomeu de Araújo, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fotônica (INFo) tem como principal objetivo a realização de pesquisas na área da tecnologia de geração e de controle da luz. A finalidade é ampliar o conhecimento básico do setor e promover aplicações nos estudos das questões relacionadas às propriedades e à química dos materiais. “Estender o domínio das informações e das análises dos campos da Biologia e da Ciência da Saúde é outra meta do INCT”, acrescenta o coordenador, que é membro da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS, na sigla em inglês) e da Sociedade Americana de Óptica.

Formado em Engenharia Elétrica pela UFPE e com doutorado em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Araújo se especializou em Ótica pela Universidade de Harvard, nos EUA. “A interação com escolas técnicas e com a população em geral estimula e promove a difusão científica da Fotônica – o estudo da comunicação de dados efetuada através de tecnologia de emissão, transmissão, controle e detecção da luz por fibras óticas ou por meios optoeletrônicos”, explica. Colaborar para a geração de empreendimentos que possibilitem a realização de suporte técnico e de cursos de treinamento na área a partir da utilização de tecnologias óticas é outro foco da rede de pesquisa.

Uma das propostas primordiais do instituto, que conta com a participação de 86 estudantes de pós-graduação e 52 de iniciação científica, é formar recursos humanos em nível de mestrado, doutorado e de pós-doutorado. “Os profissionais devem estar capacitados para atuar nas universidades, nos centros de pesquisas e, inclusive, nas empresas”, acentua Araújo, que foi chefe do Departamento de Física da UFPE entre 1984 e 1986. O pesquisador, que recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República em 2008, espera que novos alunos sejam incorporados à rede de pesquisa durante o período de execução dos projetos. “Ainda existe disponibilidade de orientação para estudantes de iniciação científica matriculados nos cursos de Física, Química, Biologia, Engenharia Elétrica ou Biomédica”, destaca.

Com sede na UFPE, o INFo possui uma equipe multidisciplinar que domina as técnicas óticas e os diversos tipos de fenômenos causados pela interação entre a luz e a matéria. “Os cientistas desenvolvem projetos de aperfeiçoamento de processos e de produtos do setor”, complementa Araújo. O Acadêmico e vice-presidente da Associação Interciência, Celso Pinto de Melo, é um dos pesquisadores principais da rede. A professora da UFPE Adriana Fontes, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), participa da equipe associada aos grupos em consolidação do instituto.

Mais de dez instituições compõem o INCT de Fotônica. Entre elas estão as universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp); as federais de Grande Dourado (UFGD) – em Mato Grosso do Sul, de Uberlândia (UFU) – em Minas Gerais, Rural de Pernambuco (UFRPE) e a do Vale de São Francisco (Univasf) – que possui campus no Nordeste. Completam a rede de estudos o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) – em São Paulo; os centros Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, e de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em Pernambuco.

“É fundamental contribuirmos para o desenvolvimento de todo o país, através da geração, absorção e difusão do conhecimento técnico-científico da Fotônica”, aponta o coordenador, que planeja unir esforços através de intercâmbios entre os centros de pesquisas consolidados e os grupos de estudos emergentes.