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Ciências Biomédicas | MEMBRO ASSOCIADO

Thereza Liberman Kipnis

(KIPNIS, T. L.)

21/12/1938
Brasileira
06/05/1998

Graduada em Ciências Biológicas, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, USP, 1968 (Bacharelado e Licenciatura). Completou estágios de treinamento em imunologia no Departamento de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Medicina, USP (1968) e no Centro de Formação e Treinamento em Imunologia da O.M.S., Instituto Butantan (1969 – 1973). Doutora em Ciências, Departamento de Medicina Tropical e Dermatologia, Faculdade de Medicina, USP (1973). Completou curso de especialização e estágio de pós-doutorado em Imunologia das Doenças Infecciosas e Parasitárias, WHO Immunology Research and Training Center, Lausanne, Suíça (1973) e nos “Departaments of Pathology da Harvard School of Medicine and Tropical Diseases” da “Harvard School of Public Health”, Boston, MD (1979- 1981). Foi pesquisadora convidada nos “Laboratories of Clinical Investigation and Parasitic Diseases” nos “National Institutes of Health”, Bethesda, MD (1987, 1988, 1990), no “Laboratory of Immunology, Womans and Brigham Hospital of Harvard University”, Boston, MD (1991) e da Unité d`Immunobiologie do Institut Pasteur, Paris, (1992).
De 1969 a 1995 foi docente de Imunologia na USP, iniciando como instrutora de ensino e terminando como Professora Associada MS-5. Em 1995, como Professora Titular assumiu a chefia do Laboratório de Biologia do Reconhecer do Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, exercendo também a função de Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação desta nova Universidade.
Depois do curso realizado em Lausanne dedicou-se ao estudo das relações parasito x hospedeiro usando, como modelo experimental, a infecção pelo Trypanosoma cruzi. Estudou mecanismos de entrada do parasito em macrófagos, citotoxidade mediada por células e anticorpos sobre tripomastigotas sanguícolas e de cultura, a infeção experimental causada por diferentes estoques de T. cruzi e os mecanismos de evasão deste parasito à ação lítica do sistema complemento. Demonstrou: a) que as formas infectantes do Trypanosoma cruzi penetram, ativamente, macrófagos em cultura; b) que diferentes células inflamatórias participam nas reações de citotoxidade; c) que as formas infectantes de Trypanosoma cruzi, naturalmente resistentes à ação lítica do sistema complemento, se transformam em ativadores da via alternativa deste sistema depois de submetidas a tratamentos ou condições que removem ou alteram, temporariamente, componentes da superfície celular do parasito. Estes dados permitiram descrever dois mecanismos de escape à ação lítica do sistema complemento, um que interfere com a organização/ação das enzimas C3 convertases, ponto-chave da ativação do sistema complemento e outro que impede a modelagem final do complexo citolítico C5b-C9. O primeiro foi atribuído a uma proteína que compartilha homologia com a proteína humana, DAF, reguladora da ativação do complemento do autólogo humano. A proteína correspondente, T-DAF, foi isolada, seqüenciada e clonada. A descrição dessa proteína e de suas atividades biológicas como mecanismos de escape do parasito à ação lítica do sistema complemento, constitui, sem dúvida, contribuição fundamental e original. Além desse papel biológico essencial à sobrevivência das formas infectantes do parasito no hospedeiro vertebrado, a proteína T-DAF é, potencialmente, antígeno ou imunógeno importante para imunodiagnóstico e como candidato à vacina. Em colaboração com estudantes de pós-graduação tem estudado venenos animais. Suas principais contribuições referem-se à demonstração de que a susceptibilidade ou resistência à ação tóxica de certos venenos é geneticamente controlada e que os fatores hemorrágicos trombina-simile, hemorrágicos e certas enzimas induzem liberação ou produção de fatores pro-inflamatórios e de citocinas. Como atividade adicional dedicou parte do seu tempo na implantação do bioterismo no país. Suas ações nessa área têm sido fundamentais para a normatização do uso de animais em pesquisa, formação de bioteristas e tem sido assessora de diversos órgãos públicos em assuntos relacionados ao bioterismo. Publicou 58 trabalhos em revistas de larga circulação sendo 70% em periódicos de impacto internacional, participou e participa de Congressos Científicos, é co-autora em dois livros de texto relacionados à sua especialidade e em alguns artigos de revisão. Orientou teses de 16 estudantes de pós-graduação (mestrado e de doutorado). Alguns de seus ex-orientandos ocupam, hoje, posições de destaque em várias instituições de ensino ou pesquisa. Tem contribuído na formação de pessoal orientando estudantes em vários níveis , na organização de eventos científicos de diversas natureza e, sobretudo, sua participação na Sociedade Brasileira de Imunologia e no Colégio Brasileiro de Experimentação Animal, como sócia fundadora e participante das mais ativas.