Paulo Occhioni
(OCCHIONI, P.)
Seu pendor pelo estudo da Natureza, começou no lar, pois, desde os 12 anos acompanhava seu pai, Pedro Occhioni, nas excursões que realizava a fim de coletar material para estudo, em florestas e restingas; com ele aprendeu a identificar as primeiras famílias botânicas e, mais tarde, como auxiliar de laboratório, sob a orientação de Luiz Gurgel S. Gomes e Fernando Milanez, as técnicas aplicadas e os segredos da microestrutura das plantas. No Jardim Botânico do Rio de Janeiro, realizou dois concursos: biologista e carreira naturalista, sendo classificado em 1º lugar entre os oito concorrentes.
Desde então, continuou a desenvolver a atividade de pesquisa, não só no laboratório, como também no campo, através de excursões periódicas às diferentes regiões florestais (Parque Nacional da Tijuca, Serra dos Órgãos, Itatiaia, Serras Mineiras, Vale do Rio Doce, Hervais do Paraná, Pantanal do Mato Grosso etc.). Durante sua permanência na Instituição (J.B.R.J.), publicou 44 trabalhos de pesquisa, dos quais, o que considera de maior importância, é a classificação de uma nova família da Flora Amazônica, a Dialypetalanthaceae, realizado em colaboração com o saudoso amigo Dr. Carlos Toledo Rizzini. Foi aposentado pelo Jardim Botânico em agosto de 1961.
CNPq: Como Bolsista Pesquisador, durante muitos anos, manteve convivência longa e profícua, acolhendo e orientando candidatos à carreira de pesquisador. Foi também integrante da Comissão que elaborou, em 1976, o Projeto Flora. Como consultor ad hoc, participou analisando e emitindo pareceres sobre pedidos de Bolsas e auxílio financeiro para aquisição de equipamento científico.
Faculdade Nacional de Filosofia: em junho de 1952, terminou o doutoramento em História Natural, defendendo a tese “Sobre as Espécies de Oxypetalum das Serras dos Órgãos e Itatiaia”, aprovada com distinção.
Faculdade Nacional de Farmácia (UFRJ): em agosto de 1954, aprovado no concurso de Livre-Docência, requereu sua nomeação interina para a Cátedra de Botânica Aplicada à Farmácia, uma vez que seu titular se aposentara; mais tarde (1956), foi aprovado em concurso público e nomeado efetivamente para a Cátedra.
Com a reforma universitária, a Cátedra de Botânica da Faculdade Nacional de Filosofia, foi incorporada à Cátedra de Botânica Aplicada à Farmácia; foi então criado o Departamento de Botânica, cuja chefia assumiu até a sua aposentadoria. O curso, ministrado para estudantes de Farmácia e Biologia, teve reformulado seu programa por ele, a fim de melhorar o nível das pesquisas; respondeu também pela disciplina de Botânica Econômica e Vegetais Superiores.
Participou de Bancas Examinadoras de concursos para todas as categorias (Livre-Docência, Cátedra etc.), de professor nas Universidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Maria.
Foi eleito representante do C.C.M.N., no Egrégio Conselho Universitário (1964-1968). Como conseqüência de intenso programa de excursões de coleta de material para estudo e pesquisa, houve o enriquecimento do Museu de Carpologia e de Herbário de Cormofitos, cerca de 10.000 excicatas (sigla R.F.A.), organização do pequeno Horto de Plantas Medicinais (Teresópolis), e outro, didático, junto à Cátedra no Campus Universitário.
Organizou as publicações de trabalhos, criando a Revista Leandra (07 números), onde publicou 34 trabalhos científicos.
Terminando com chave de ouro: em 1945, contraiu núpcias com Raymunda de Lamare Occhioni, companheira dedicada, de cuja união de 50 anos, foi premiado com 3 filhas e 3 netos.