Miriani Griselda Pastoriza
(PASTORIZA, M. G.)
Miriani Griselda Pastoriza, nascida em Loreto, Santiago del Estero, Argentina, em 24 de Dezembro de 1939. Licenciada em Astronomia, pelo Instituto de Matemática Astronomia e Física, da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina em 1965, obteve o título de Doutor em Astronomia em 1973, pela mesma Instituição. Em 1968 com bolsa do CONICET da Argentina, realizou um estágio de um ano no Stewart Observatory, Universidade de Arizona e no Department of Astronomy da Universidade de Texas. Em 1976, após um golpe de estado na Argentina, milhares de professores das universidades são expulsos, entre eles, a pesquisadora. Em 1978 a mesma aceita o convite para trabalhar como professora visitante no Instituto de Física da Universidade Federal de Rio Grande do Sul, tornando-se Professora Titular em 1985. Foi Pesquisadora Visitante no Instituto de Astrofísica de Canárias (IAC), Espanha, em 1985. Realizou seu Pós-Doutorado no “Royal Greenwich Observatory”, Inglaterra em 1988. Sua carreira foi marcada por várias estadias como pesquisadora visitante no Space Telescope Science Institute, Baltimore, EUA entre 1994 e 1997. Sua maior contribuição científica, realizada em colaboração com seu orientador de doutorado, Jose Luiz Sersic, foi a descoberta de formação estelar, recente na região nuclear de galáxias espirais barradas; tais galáxias são conhecidas na literatura como galáxias do tipo Sersic-Pastoriza. Em 1978, quando se estabeleceu no Brasil como professora visitante do IF-UFRGS, assumiu a responsabilidade de desenvolver o grupo de astrofísica nesta Instituição. Na época, o Instituto de Física, possuía apenas um telescópio de 50cm equipado com fotômetro fotoelétrico. O desafio de fazer ciência com a escassa infra-estrutura foi bem sucedido, e resultou na publicação de vários trabalhos na década do 80, em revistas internacionais. Destes resultados destacam-se a determinação do gradiente de metalicidade do sistema de aglomerados globulares – que permitiu inferir a evolução química da Via Láctea, dissertação de mestrado de seu 1º aluno Eduardo Luis Damiani Bica. Entre 1986 e 1991, realizou várias missões de observação no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, Chile, reiniciando as pesquisas sobre atividade nuclear em galáxias, tema da tese de sua 1ª estudante de doutorado Thaisa Storchi Bergmann. A contribuição mais importante deste período foi a descoberta de que os núcleos de galáxias de moderada atividade são ricos em metais, e particularmente ricos em Nitrogênio em relação a abundância solar. Em 1995, passou a dedicar-se a uma nova linha de pesquisa, o estudo do meio interestelar em galáxias elípticas, obtendo pioneiramente a massa das componentes frias e quentes do meio interestelar nesse tipo de galáxias. Em 2000, com o advento de grandes telescópios e novos detectores sensíveis ao infravermelho, iniciou o estudo sistemático dos mecanismos de formação das linhas de emissão em núcleos ativos de galáxias e estuda as populações estelares, neste tipo de galáxias nesta faixa espectral. Desde 1980 é líder do grupo de astrofísica do Instituto de Física da UFRGS. Foi membro do Comitê Assessor de Física e Astronomia do CNPq e da FAPERGS, membro externo do CTC do Observatório Nacional/CNPq, e do Laboratório Nacional de Astrofísica. Teve ativa participação como representante Brasileira no Comitê Cientifico Internacional do Telescópio Gemini e no Conselho Diretor Internacional do SOAR. Coordenou o Projeto “Sistemas estelares e sua conexão com a evolução e atividade de galáxias” (PRONEX /CNPq 98-01), e atualmente o Projeto “Sistemas estelares e sua conexão com a evolução das galáxias na era dos novos telescópios” (PRONEX/FAPERGS/CNPq). Coordenou o programa de recuperação do acervo científico do observatório da UFRGS, fundado em 1908. Orientou 8 teses de doutorado e 14 dissertações de mestrado, publicou 80 trabalhos em revistas internacionais indexadas, resultando em 2042 citações na fonte NASA/ADS. Atualmente orienta 3 teses de doutorado e 2 mestrados.