Marcello Damy de Souza Santos
(SANTOS, M. D. S.)
O Professor Marcello Damy formou-se em 1936 na primeira turma do Curso de Física da USP e desde então tornou-se Assistente do Prof. Gleb Wataghin com quem trabalhava em Raios Cósmicos. Em 1938, com bolsa de estudo do Conselho Britânico, seguiu os cursos de pós-graduação na Universidade de Cambridge sob a supervisão do Prof. William L. Bragg (Prêmio Nobel de Física). Com o fechamento desta Universidade devido a guerra, retornou ao Brasil onde continuou suas pesquisas sobre Raios Cósmicos com o Prof. Wataghin e o Prof. Paulus Pompéia que culminaram com a descoberta da “Produção de chuveiros de mésons”. Com a entrada do Brasil na guerra dirigiu as pesquisas sobre sonar ultra-sônico para detecção e localização de submarinos, tendo recebido a medalha do Mérito Naval no grau de Comendador pelos resultados obtidos. Em 1945, a convite da Fundação Rockefeller, permaneceu nove meses na Universidade de Illinois onde trabalhou com o Prof. Donald Kerest, inventor do Bétatron. Após sua volta, construiu o Bétatron da USP, que foi o primeiro acelerador a funcionar na América Latina (em 1950). Iniciou com esse acelerador as pesquisas sobre Física Nuclear no Brasil tendo sido encarregado pela USP e pelo CNPq como responsável pela instalação do reator do Instituto de Energia Atômica (IEA), hoje IPEN, que começou a funcionar em 1957. Foi Diretor-fundador do IEA, Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear e membro da Junta de Governadores da AIEA entre 1961 e 1964, e entre 1969 e 1972 foi membro do Comitê Internacional de Dados Nucleares da AIEA. É Professor Catedrático e Emérito da USP da qual se aposentou em 1968, ocasião em que foi nomeado diretor do Instituto de Física da UNICAMP e encarregado de sua implantação. Desde 1973 foi Professor Titular de Física Nuclear da PUC/SP, da qual se aposentou em 1994 como Professor Emérito. É consultor do IPEN desde 1988 a convite do Prof. Rex Nazaré Alves. O Prof. Damy possui mais de 80 trabalhos publicados no país e no exterior e é membro de várias sociedades científicas do país e do exterior.