Manuel Mateus Ventura
(VENTURA, M. M.)
Dois anos após a conclusão do curso superior de Agronomia (1943), na então Escola de Agronomia do Ceará, foi admitido como Professor Assistente (Química Orgânica) desta escola. Assim, dava início às atividades de ensino e pesquisa que viria a desenvolver por toda a sua vida acadêmica. Em pesquisa, dadas as dificuldades decorrentes da exigüidade de recursos e inerentes ao estágio de desenvolvimento econômico, técnico e científico do país e, particularmente, no nordeste, era quase impossível iniciar e fazer ir à frente qualquer esforço sério em pesquisa de ciência básica. Por essa época, a pesquisa científica era apenas tolerada nas escolas e faculdades isoladas ou de universidades emergentes, sendo considerada mesmo como uma atividade espúria. Então, deu início a trabalhos de índole teórica que consistiram, essencialmente, na procura de correlações entre propriedades físico-químicas em séries homólogas de compostos orgânicos, assim como no cálculo de propriedades termodinâmicas a partir de dados de espectroscopia infravermelha encontrados na literatura corrente. Desta atividade, desenvolvida com parcos recursos computacionais, resultaram alguns trabalhos cujos resumos podem ser encontrados no Chemical Abstracts. Passando a Professor Catedrático de Bioquímica Vegetal, naquela escola, seus interesses em pesquisa voltaram-se, como era de esperar, para problemas próprios deste campo de conhecimento. Resultaram, então, vários trabalhos que, em sua maioria, foram publicados nos Anais da Academia Brasileira de Ciências e, dos quais, dezenas de citações têm sido registradas no Science Citation Index. Além disso, uma intensa atividade de formação de pessoal teve lugar, resultando na expansão do nosso grupo de pesquisa e melhoria considerável das condições materiais de trabalho. Para isto, contribuíram, decisivamente, o CNPq, a CAPES, a Fundação Rockefeller e a criação do Instituto de Química e Tecnologia, na Universidade Federal do Ceará, a qual, a essa época, já havia sido criada. Em 1970, transferiu-se para a UnB, onde colaborou na estruturação do Departamento de Biologia Celular, em cujo Laboratório de Biofísica, foi formado um bom grupo de pesquisa que, até hoje, desenvolve trabalhos sobre estrutura e função de proteínas. Hoje, como Professor Emérito, ainda continua ligado ao grupo, dando sua colaboração nos trabalhos de pesquisa e teses.