Luiz Roberto Giorgetti de Britto
(BRITTO, L. R. G.)
Sua iniciação científica se deu ainda durante o curso Biomédico na Escola Paulista de Medicina, especialmente durante estágio no Departamento de Bioquímica. Sua inclinação pelas Neurociências levou-o, logo em seguida à conclusão do curso de graduação, ao Laboratório de Neurofisiologia do Instituto de Fisiologia dellUniversità di Pisa, Itália, coordenado pelo Prof. G. Moruzzi. Seus trabalhos clássicos sobre a formação reticular mesencefálica tinham causado um impacto muito grande em toda uma geração de pesquisadores do sistema nervoso. Após um período de treinamento em técnicas eletrofisiológicas, iniciou naquele laboratório uma nova linha de pesquisa, sobre a neurobiologia do sistema visual, por influência indireta de um outro pesquisador daquela universidade, o Prof. G. Berlucchi. Desde então dedicou-se a este problema, dentro de uma abordagem comparativa, utilizando-se de métodos eletrofisiológicos e posteriormente anatômicos. Após seu retorno da Itália, assumiu um cargo de professor na Universidade Estadual de Campinas, onde teve oportunidade de organizar seu primeiro laboratório de pesquisa e obter seu título de mestre. Em função de ter realizado seu doutorado na Universidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. César Timo-Iaría, terminou por se envolver bastante com o Departamento de Fisiologia e Biofísica da USP, o que o levou à mudança para São Paulo. Neste Departamento, organizou outro laboratório de pesquisa, agora voltado para eletrofisiologia e neuroanatomia, e iniciou uma nova série de estudos voltados para a análise da organização funcional do sistema óptico acessório. Este foi o assunto de suas teses de doutorado e docência-livre e ainda é tema de alguns projetos de seu laboratório atual. Após a docência-livre, teve oportunidade de iniciar uma nova linha de pesquisa no laboratório, com apoio do grupo da Universidade da Califórnia, em especial o Prof. H. J. Karten. Com este grupo passou a analisar aspectos celulares e moleculares das funções visuais, especialmente no que tange os neuromediadores e receptores sinápticos presentes nas vias visuais, usando uma combinação de métodos de rastreamento neuronal, imuno-histoquímica e hibridação in situ. Seu laboratório atualmente dispõe de variadas metodologias para o estudo do sistema nervoso, estratégia que parece cada dia mais necessária para a resolução de questões ligadas à fisiologia neuronal. O apoio das agências financiadoras tem sido fundamental para isso, e sua carreira, como a de quase todos os outros pesquisadores que conseguiram organizar um laboratório funcional no Brasil, só pôde evoluir com a ajuda da FAPESP, CNPq e FINEP, principalmente. Pretende para os próximos anos analisar aspectos mais ligados à comunicação celular no sistema nervoso, usando o sistema visual como modelo. Entre os projetos em andamento no momento, estão os estudos de desaferentação por lesão retiniana ou lesões centrais e expressão de diferentes receptores sinápticos, expressão de proteínas ligantes de cálcio após lesões retinianas, e a análise da expressão do gene c-fos após estimulação visual.