Luiz Nunes de Oliveira

Luiz Nunes de Oliveira nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, cidade que lhe forneceu quase toda a escolaridade básica: passou o último ano do colegial em um estágio de intercâmbio, em São Francisco, na Califórnia. De volta ao Brasil, conheceu Mara, atualmente sua esposa, e ingressou na primeira turma do curso de Física do Instituto de Física e Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Graduou-se em 1973, foi contratado como Auxiliar de Ensino pelo Instituto, casou-se logo em seguida e começou o programa de Mestrado sob a orientação de Bernhard Gross, um trabalho teórico sobre transporte de carga em dielétricos. Nessa época nasceu sua primeira filha, Maria Carolina. Em 1976, aproveitando o incentivo à formação de pessoal no exterior que o CNPq priorizara, ele se deslocou com a família para começar um programa de Doutorado na Universidade de Cornell. Sua segunda filha, Maria Luísa, nasceu em Ithaca.Lá, muitas vezes alheio às cores da paisagem que o cercava, ele trabalhou no Laboratório de Física Atômica e do Estado Sólido (LASSP), que viria a ser o principal centro de Teoria da Matéria Condensada dos anos oitentas. Conviveu com os articuladores da Teoria do Grupo de Renormalização e acabou escolhendo a orientação de um deles, John Wilkins, que o levou para passar um ano no NORDITA, em Copenhague. Nas longas noites do inverno dinamarquês e depois nos longos dias do verão, concluiu sua tese de doutorado sobre propriedades de sistemas eletrônicos fortemente correlacionados e, em seguida, a defendeu em Cornell. Voltando a São Carlos, participou a partir de 1981 do entusiasmo e do trabalho redobrado que permeava a expansão científica do Instituto de Física e Química. Ao final dessa fase, em 1986 se afastou por dois anos para a Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, para trabalhar com o fundador da Teoria do Funcional da Densidade, Walter Kohn, que em 1998 ganharia o Prêmio Nobel de Química. De volta às atividades docentes em São Carlos, em 1988, atuou como Coordenador de Área na FAPESP até 1992 e dois anos mais tarde voltou àquela Fundação como Coordenador Adjunto, posto que ocupou até o final de 2001, exceto por um estágio de um ano como professor visitante no Departamento de Física da Ohio State University. Nesse período, sua atividade de pesquisa esteve dividida entre as correlações eletrônicas fortes, a Teoria do Funcional da Densidade e a interpretação de dados experimentais gerados nos laboratórios do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, então em fase de notável evolução acadêmica, até se converter em uma das mais produtivas unidades da Universidade de São Paulo. Foi eleito membro Associado da ABC em 1996 e ocupou os cargos de Vice-Diretor e Presidente da Comissão de Graduação do IFSC entre 1998 e 2001. No final deste ano, foi convidado pelo Professor Adolpho José Melfi para assumir a Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, trabalho que dividiu com atividades de investigação científica em uma das fases mais enriquecedoras de sua vida.